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  • Os antropólogos culturais utilizam uma série de entrevistas não estruturadas, que podem envolver conversas abertas com informadores, para obter informações sobre uma cultura. Estas entrevistas não estruturadas podem incluir a recolha de histórias de vida, narrativas, mitos e contos. Através destas entrevistas, o antropólogo cultural pode também obter informações sobre a resolução de litígios, transações legais, conflitos políticos e eventos religiosos e públicos. As entrevistas não estruturadas implicam, por vezes, interrogatórios no local aos informadores.
  • O ponto forte deste tipo de entrevista é o facto de dar aos informadores uma enorme liberdade de expressão na tentativa de explicar a sua cultura. O informante não se limita a responder a uma pergunta específica concebida pelo antropólogo cultural. O informante pode, por exemplo, elaborar as ligações entre certas crenças e o poder político na comunidade.
  • Após esta entrevista não estruturada, o antropólogo cultural concentra-se em temas específicos de interesse relacionados com o projeto de investigação. Em alguns casos, o antropólogo cultural começa então a desenvolver entrevistas estruturadas. As entrevistas estruturadas fazem sistematicamente as mesmas perguntas a todos os indivíduos de uma determinada amostra. O antropólogo cultural tem de formular as perguntas de forma significativa e sensível, uma tarefa que requer conhecimentos tanto da língua como do estilo de vida cultural das pessoas que estão a ser estudadas.
  • Ao fazer o mesmo tipo de perguntas a todos os indivíduos de uma determinada amostra, o antropólogo cultural consegue obter dados mais precisos. Se o antropólogo cultural receber respostas uniformes a uma determinada pergunta, é mais provável que os dados sejam fiáveis. Se for evidente uma grande variação nas respostas, então os dados não são fiáveis ou podem indicar uma questão complexa com muitas facetas.
  • A entrevista estruturada ajuda a avaliar a validade dos dados recolhidos. Ao fazer às pessoas o mesmo tipo de perguntas, o antropólogo cultural tenta obter um maior controlo de qualidade sobre os seus resultados. Este tipo de controlo da qualidade dos dados deve ser um aspeto constante da estratégia de investigação do antropólogo cultural.
  • No entanto, os antropólogos contemporâneos concordam que existe sempre uma grande variação nas crenças, valores e normas culturais em todas as sociedades. Não se pode oferecer uma descrição simplista de "uma cultura" da mesma forma que os antropólogos faziam nas décadas de 30, 40 e 50.
  • Para elaborar um questionário eficaz, o antropólogo cultural deve colaborar com os seus informadores. Trata-se de um trabalho metodológico fastidioso e difícil, mas que é necessário para que o antropólogo cultural possa compreender o funcionamento da sociedade.
  • Se a sociedade for grande, o antropólogo cultural deve distribuir o questionário a uma amostra aleatória da sociedade. Uma amostra aleatória é uma amostra representativa de pessoas de diferentes idades, géneros, estatutos económicos e políticos e outras características da sociedade.
  • Numa amostra aleatória, todos os indivíduos da sociedade têm a mesma probabilidade de serem selecionados para o inquérito. Se o antropólogo cultural recolher informações apenas de um setor da população - por exemplo, homens ou jovens - os dados podem ser tendenciosos. Esta falha limitaria a capacidade do antropólogo cultural de desenvolver um retrato completo da sociedade.