Os etnógrafos são cientistas sociais que investigam e escrevem sobre grupos de pessoas, observandosistematicamente e participando (em maior ou menor grau) na vida das pessoas que estudam.
Os etnógrafos valorizam a ideia de "caminhar uma milha na pele" dos outros e tentam obter uma visão ao estarem no mesmo espaço social que os sujeitos da sua investigação.
Historicamente, a etnografia tem estado mais estreitamente associada à antropologia e à sociologia qualitativa e tem-se centrado nos indígenas, nos exóticos, nos subalternos, nos desfavorecidos; por outras palavras, nas pessoas que eram uma espécie de "outro" em relação aos ocidentais bem formados e com bons recursos que dominavam a prática da etnografia inicial.
Nas últimas décadas do século XX, e no século XXI, a etnografia libertou-se destas imagens estereotipadas, e é agora impossível entender a etnografia como o estudo do "outro" exótico.
Os etnógrafos estudam culturas e sociedades, dentro e fora do seu país. A etnografia é praticada por um leque crescente de disciplinas das ciências sociais e está a ser utilizada em outros domínios, como o marketing e o jornalismo; a etnografia já não é uma "possessão" da antropologia, guardada com ciúmes. E, tal como outras abordagens das ciências sociais, a etnografia está à procura de formas de se manter útil e relevante num mundo em rápida mudança.