Ética - em todo o lado, sempre

• Em todas as fases da investigação etnográfica há um pano de fundo ético. Ao conceberem a investigação, os etnógrafos têm de tomar decisões éticas sobre a sua estrutura; ao realizarem a investigação, os etnógrafos tomam decisões éticas atrás de decisões éticas à medida que negoceiam a situação no terreno; e ao analisarem e redigirem os seus dados, os etnógrafos tomam decisões éticas sobre o material a incluir ou a excluir e sobre as questões evolutivas de privacidade e confidencialidade que surgem no processo de redação.
• Mesmo depois de os etnógrafos terem saído do terreno, terão de considerar questões éticas sobre a natureza da sua partida e a associação contínua com o seu grupo de participantes. Os etnógrafos nunca abandonam verdadeiramente uma experiência de campo a longo prazo - provavelmente não fizeram o seu trabalho como observadores participantes se conseguirem cortar completamente os laços após doze meses ou mais de vida com um grupo de pessoas.
• A omnipresença das questões éticas na investigação etnográfica significa que, em todas as fases, os etnógrafos têm de estar conscientes do leque de possíveis consequências das suas ações. Esta questão é talvez mais evidente no ato da observação participante, quando os etnógrafos estão com os participantes na sua vida quotidiana.
• Embora os etnógrafos só possam atuar no presente, tomando decisões com base no que se passa à sua volta, também devem ter em atenção o passado e o futuro em relação ao seu envolvimento. A utilização da etnografia para fins questionáveis tem uma longa história. Precisamos de examinar criticamente esta história para minimizar o potencial para que isso aconteça no futuro.