Rabdomiólise

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  • A injúria renal aguda é a complicação mais grave
  • A mioglobina causa vasoconstrição arteriolar, citotoxicidade tubular e obstrução tubular devido a sua associação com a proteína de Tamm-Horsfall
  • As principais causam são: trauma, estresse muscular, hipóxia muscular, anormalidades genéticas ligadas ao metabolismo dos carboidratos, infecções, distermia, distúrbios hidroeletrolíticos, drogas e medicamentos
  • As manifestações clínicas clássicas são de fraqueza, mialgia (principalmente de músculos proximais) e urina escura (ocorre em < 10 %)
  • O diagnóstico laboratorial associa a dosagem de CPK > 1000 ou > 5x maior do que o padrão, mas usualmente maiores de 5000.
  • A CPK costuma elevar em cerca de 12h após o insulto, com o pico em cerca de 3 dias e redução após o 5 dia
  • A CPK basal varia, sendo em homens negros maiores do que o resto da população
  • É importante se atentar à curva de CPK
  • A diminuição de ATP causa disfunção da bomba Na/K ATPase e causa um aumento do Cálcio Ionizado Livre Intracelular, o que ativa proteases, aumenta a contratilidade, produz espécies reativas de oxigênio e leva à morte celular, que libera os produtos na circulação livre, como CPK e Mioglobina. A mioglobina contém heme em sua formação, o qual é nefrotóxico e pode causar LRA
  • Classificação
    Traumática / Compressão muscular
    Não-traumática exercional
    Não-traumática não-exercional
  • As principais causas em adultos são: trauma, infecção e drogas
    Em crianças são: infecções, condições inerentes do metabolismo e exercional
  • Fatores de risco
    Homem negro e obeso, nos extremos de idade com uso crônico de estatinas e história prévia de sedentarismo e lesão por queimaduras que se encontra desidratado
  • A hipocalemia pode causar rabdomiólise por dificultar o processo de vasodilatação para nutrição das células musculares durante exercício
  • Índices maiores de rabdomiólise exercionais são encontrados em pacientes com anemia falciforme
  • Antibióticos podem causar rabdomiólise, como os inibidores de proteases, quinolonas, bactrim e anfotericina
  • A síndrome compartimental pode ser uma complicação presente na rabdomiólise após a ressuscitação volêmica
  • O pilar do tratamento é a ressuscitação volêmica com SF 0.9% na taxa de 1 - 2 L/H e manutenção de 200 - 400 mL/H
  • No tratamento, pode-se abrir mão da administração de bicarbonato se o paciente não tiver hipocalemia, pH >= 7.5 e bicarbonato >= 30, na dose de 150 mEq diluído em 1 L de água ou 5 % de dextrose numa taxa de 200 mL/H. Até pH urinário > 6.5 , CPK < 5000 ou complicações do bicarbonato, como hipocalemia ou alcalose metabólica.
  • A alcalinização da urina pode diminuir a precipitação do pigmento com a proteína de tamm-horsfall e consequentemente previne a obstrução tubular, além de prevenir a liberação de ferro livre, vasoconstritor e precipitação de ácido úrico
  • A hiperuricemia pode ser um biomarcador para LRA em pacientes vítimas de rabdomiólise traumática