A leucemia mieloide crônica na forma crônica apresenta, em 30% dos casos, na biópsia de medula óssea, uma moderada fibrose reticulínica que é correlacionada com um aumento do número de megacariócitos, aumento do volume do baço e pior prognóstico.
Leucemia mielóide crônica é uma neoplasia mieloproliferativa caracterizada pela produção desregulada e proliferação descontrolada de células granulocíticasmaduras e imaturas
A LMC está associada com a fusão dos genes BCR - cromossomo 22 - e ABL1 - cromossomo 9 - devido a uma translocação recíprocat(9;22)(q34;q11) a qual gera um cromossomo 22 anormal chamado de cromossomo filadélfia com o gene BCR::ABL1
O gene BCR::ABL1 gera uma tirosina quinase desregulada que leva à produção descontrolada de neutrófilos
No curso natural, perpassa por 3 fases: Fase crônica -> Fase acelerada -> Crise blástica terminal
O único fator de risco conhecido é a exposição à radiação ionizante
Ocorre mais em homens na faixa dos 50 - 60 anos de idade com histórico de exposição à radiação ionizante
Cerca de 20 - 50 % dos pacientes são assintomáticos e tem a suspeita devido a exames laboratoriais de rotina
Dentre os sintomáticos, os sintomas mais prevalentes, respectivamente, são: fadiga, disfunção plaquetária, perda de peso, diaforese, plenitude abdominal e mal-estar.
A dor abdominal apresenta-se no quadrante superior esquerdo, às vezes com irradiação para o ombro esquerdo devido ao aumento do baço, com possível periesplenite e/ou infarto esplânico. Ainda, dor na borda inferior do esterno e crise aguda de gota pode ser desencadeado pela expansão medular e hiperprodução de ácido úrico.
Achados frequentes são a esplenomegalia, leucocitose > 100000, anemia, e trombocitose > 600000
No esfregaço de sangue periférico pode ser visto virtualmente todas as células da série neutrofílica
Hiato leucêmico (Achado clássico de LMC)
Mielócitos > Metamielócitos
Pode-se usar a Fosfatase Alcalina Leucocítica para diferenciar a leucocitose reativa ou reação leucemóide da lmc, pois na LMC a FAL é usualmente baixa, enquanto nas outras reações, inclusive na PV, estão normais ou aumentadas.
Biópsia de medula óssea
A) Megacariócitos anões
B) Histiócitos azul-marinho
Células pseudo-gaucher
As células pseudo-gaucher indicam aumento do turnover celular
Fase crônica
Blastos < 10 %
Fase acelerada
Blastos 10 - 19 %
Fase de crise blástica
Blastos > 20 %
A maioria dos pacientes que evoluem par as fases aceleradas e blásticas tem outro componente citogenético presente, como a trissomia do 8, trissomia do 19, duplicação do cromossomo filadélfia e isocromossomo 17q
O tratamento inicial é feito com inibidores de tirosina quinase, como o Imatinibe, Dasatinibe, Nilotinibe, Bosutinibe e o Ponatinibe
Pode-se utilizar a Hidroxiureia em pacientes com Leucocitose > 100000
O tratamento aspira remissão clínica, molecular e citogenética
Remissão Clínica
Leucócitos < 10000
Basófilos < 5 %
Plaquetas < 450000
Sem células mielóides imaturas
Sem esplenomegalia
Remissão citogenética
Sem células Ph+
Remissão molecular
MR 5: 0.001 %
Os tratamentos almejam um PCR BCR::ABL1 < 10 % em 3 meses, < 1 % em 6 meses e < 0.1 % em 12 meses
A hidroxiureia e o interferon alfa podem ser utilizadas em pacientes grávidas devido à contraindicação dos inibidores de tirosina quinase
No brasil, a transcrição BCR::ABL1 mais frequente é a b3a2 (66.41%) seguido por b2a2 (33.59%)