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  • Sobre o sustentáculo que a sociedade rural estabeleceu em toda a parte
    desenham-se as cidades. A existência de cidades como conjuntos organizados é tão antiga como a das sociedades. Trata-se de um elemento constitutivo de todas as sociedades. Mas o fenómeno urbano pode revestir-se das formas mais diversas e a sua importância quantitativa variar no tempo e no espaço.
  • No século xviii o fenómeno encontra-se ainda pouco desenvolvido. É a contrapartida do predomínio da sociedade rural; só uma pequena minoria vive na cidade. Existem numerosas cidades, mas muito poucas grandes cidades.
  • O fenómeno está desigualmente repartido pela Europa. O grau de urbanização varia de maneira considerável de região para região em função da antiguidade da urbanização de cada uma.
  • A existência e a prosperidade dos grandes centros urbanos estão em muitos casos ligadas a certas indústrias, mas é entre o negócio e a cidade que o laço é mais estreito. A cidade é, em primeiro lugar, um centro de trocas, sejam sazonais, sejam permanentes. Foi do comércio que nasceu a maior parte dos grandes centros urbanos.
  • Esta correlação entre a atividade das trocas e a cidade tem consequências quanto à composição social da população urbana. A burguesia é antes de mais uma burguesia de mercadores, de negociantes. Existe uma verdadeira hierarquia desde o pequeno retalhista, o regatão, até ao negociante que faz comércio com o resto do mundo conhecido. Trata-se portanto de comércio interno e de comércio externo, continental e marítimo.