O Iluminismo é o movimento cultural que domina o panorama intelectual da Europa do século XVIII, por isso também denominado Século das Luzes.
E esta é a característica básica do Iluminismo: o apelo às luzes da razão – quer dizer, da inteligência - a fim de dissipar as trevas da ignorância, do preconceito, do erro, do atraso e de todo o cortejo de injustiças que desses malesresultam.
Essa confiança na capacidade da razão humana esclarecida foi a ideia capital do Iluminismo e foi ela que fundamentou o espírito crítico face às tradições até então vigentes. Designadamente, ela sustentou a convicção no progresso, tanto material como moral: era possível, reformando as instituições e os comportamentos irracionais, promover e ampliar conhecimentos e técnicas capazes de dominar a natureza e criar bem-estar e riqueza, por um lado, e por outro aperfeiçoar o homem e a própria sociedade com vista a alcançar a felicidade terrena do género humano.
Tal ideário iluminista converteu-se assim num instrumento para a realização de reformas em todos os âmbitos, desde a política à economia e à educação. Daí o reforço de um poder real todo-poderoso, posto ao serviço da comunidade e fomentando o desenvolvimento económico quer através de obras públicas e da criação de indústrias e empreendimentos comerciais, quer de um novo sistema de ensino virado para as necessidades práticas desse desenvolvimento.
Entre nós, o programa de modernização do país inspirado em parte nas ideias iluministas foi protagonizado pelo Marquês de Pombal entre 1750 e 1777, correspondendo ao reinado de D. José I.
As Luzes são o sair do homem da menoridade de que ele próprio é responsável. A menoridade é a incapacidade de se servir do seu entendimento sem que outro o dirija. O homem é responsável por esta menoridade se a sua causa não está ligada a uma falta de entendimento, mas a uma falta de decisão e de coragem para o usar fora de uma decisão alheia. Sapere aude! Tem a coragem de te servires do teu próprio entendimento. Eis a divisa das Luzes.