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  • Monarquia absoluta no reinado de Isabel, ou regime de tipo aristocrático, se tivermos em consideração o poder do Parlamento, o regime britânico necessita de um estudo especial na medida em que os desenvolvimentos ulteriores da sua política impedem que seja assimilado aos regimes anteriormente estudados.
  • No século XVIII, este regime não tomou ainda o seu rosto definitivo. O regime procura definir-se antes de encontrar a sua forma acabada. Evolui tanto mais lentamente porque não há constituição e o peso do direito consuetudinário é tanto maior porque são escassos os textos.
  • A Grã-Bretanha constitui, sem dúvida, o melhor exemplo de adaptação progressiva de instituições à experiência. A Grã-Bretanha, onde a revolução não é considerada a única via possível de mudança, apresenta o caso de uma adaptação flexível e gradual, embora com algumas reservas, visto que nos séculos XVII e XVIII conheceu as suas vagas de violência. No século XVII aparece mesmo como a terra das revoluções, por oposição à França.
  • A rainha Isabel não convocou o Parlamento durante anos, o seu sucessor, Jaime I faz da monarquia absoluta a sua teoria e Carlos I continua na mesma via. Mas esta evolução é interrompida bruscamente por uma espécie de estranho acidente histórico.
  • Jaime I e Carlos I, no princípio dos seus reinados, eram talvez mais obedecidos do que Henrique IV e Luís XIII nos primeiros anos dos seus reinados, quando sobrevém a crise revolucionária, o processo do rei, a sua execução, vinte anos de tumultos, o governo de Cromwell, que é uma experiência de despotismo esclarecido, embora as luzes nas quais se inspira a filosofia desta ditadura sejam o puritanismo e não a filosofia do século XVIII.
  • Em seguida, sucedem-se a restauração e o regresso de Carlos II, e poderíamos crer que se reatara o fio da meada quando estala o segundo acidente revolucionário, com a revolução de 1688, que opera uma transformação na ordem dinástica, mas sobretudo arruína definitivamente o absolutismo monárquico na Grã-Bretanha. Os espíritos liberais saudarão a «gloriosa revolução» de 1688, teorizada por Locke. Desde então a Grã-Bretanha empenha-se numa via nova que vai explorar por conta própria e também por conta de muitos países.