Outro traço comum, mas desta vez negativo: nesta variedade de experiências e de regimes, não há nada, nem de perto nem de longe, que se assemelhe à democracia. Nada a anuncia, nem as repúblicas oligárquicas, nem, por maioria de razão, as monarquias.
Encontramos, é certo, processos, instituições, que a democracia aproveitará: instituições representativas, processos de eleição que não são democráticos nem nos seus princípios nem nas suas modalidades.
Por toda a parte a vida política é reduzidíssima: corpos com atribuições restritas recrutados em círculos estreitos têm sessões breves, sem periodicidade fixa, a não ser em Inglaterra. Os estadosgerais da monarquia francesa não são democráticos e o Parlamento britânico é inteiramente aristocrático. Em toda a parte a vida política está nas mãos de uma elite. De resto, não podia ser de outro modo em sociedades maioritariamente rurais, compostas de iletrados na sua maioria, nas quais existem ainda poucos meios de comunicação e de expressão e as trocas são raras e lentas.
Com excepção da Inglaterra, nenhum país admite a liberdade de opinião e de expressão, não há partidos constituídos, não há filosofias ou ideologia política amplamente difundidas na opinião pública.
Não existe democracia e são poucas as liberdades. Apesar de verificarmos que existe na Europa uma pluralidade de regimes, nenhum neles admite ainda no seu interior o pluralismo das opiniões e das instituições, salvo a Grã-Bretanha, com os seus partidos.