A experiência dos Estados Unidos

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  • Na realidade, uma enumeração completa das formas políticas deveria incluir um sexto tipo, a república americana. Mas a república americana é quase contemporânea da Revolução Francesa, pois é em 1787 que se reúne em Filadélfia, uma convenção que redige o texto da Constituição dos Estados Unidos que entra em vigor em 1789.
  • A experiência americana não deixa de ter certas analogias com as outras formas de regime. Assim, a coexistência de treze estados faz lembrar as Províncias Unidas: existem semelhanças entre o carácter oligárquico, a descentralização, algumas instituições dos novos Estados Unidos e a experiência duas vezes secular das Províncias Unidas.
  • O caso americano não é menos original. É o mesmo a dois títulos. É a primeira vez que uma colónia reivindica a sua independência e rompe os laços com a metrópole. Primeiro acto da descolonização, este gesto tem um significado histórico capital, e podemos fazer remontar à declaração de independência de 1776 todos os movimentos que desde então visaram romper os laços de tipo colonial.
  • Em 1783, separados da Grã-Bretanha, inovam no campo das instituições, elaboram um novo sistema político, cujos elementos constitutivos são novos, a começar pela presença de um texto constitucional. Com a Constituição americana encontramos pela primeira vez um acontecimento que ainda hoje é actual, continuando o texto elaborado em 1787 a regular o funcionamento dos poderes públicos na União Americana.
  • Encontramos neste regime assembleias eleitas, um equilíbrio entre o governo federal e os estados, garantias para as liberdades públicas, a aplicação do princípio da separação dos poderes levada às suas últimas consequências, visto que o presidente não pode dissolver o Congresso, nem o Congresso pode depor o presidente ou derrubar os ministros.
  • A experiência é nova e desperta uma corrente de simpatias na Europa, onde, nas vésperas da revolução, dois modelos suscitam idêntico interesse: o modelo inglês e o modelo americano.
  • Mas a França levará mais longe a empresa. É ela que fará a experiência mais revolucionária, e será a experiência francesa que terá maiores repercussões. É por isso que convém fixar em 1789 o termo do antigo regime e o ponto final deste inventário das suas formas políticas e sociais.