A revolução: simples acidente?

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  • Um primeiro grupo de explicações, que só vê na Revolução Francesa um mero acidente, resolve o problema suprimindo os dados. Segundo esta versão, a revolução não era fatal e podia não ter acontecido. Não foi desejada pelo povo, quase não o foi pelos revolucionários, e só um concurso imprevisto de circunstâncias fortuitas teria provocado por uma cascata de acidentes o deflagrar da revolução. Restará pôr em evidência o encadeamento das circunstâncias, e a explicação da revolução desagregar-se-á numa série de mal-entendidos ou de escândalos.
  • Esta tese explica alguns aspetos da realidade. Sublinha o caráter imprevisto imprevisível, da deflagração revolucionária, que não foi, sem dúvida, um produto da fatalidade.
  • Mas não resulta daqui que o encadeamento dos factos não tenha obedecido a uma lógica. Fica por explicar como circunstâncias totalmente fortuitas puderam engendrar consequências de tal amplitude. Noutra situação, as mesmas ocasiões não teriam produzido os mesmos efeitos. Se quisermos ir mais além na compreensão do desenrolar e na apreciação do alcance do acontecimento, é indispensável descer um degrau na escala das explicações e fazer intervir outros fatores.