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  • De todos os fatores a guerra é talvez o mais determinante, apesar de não ter desempenhado qualquer papel a princípio, pois até 1792 a França vive em paz.
  • Em 20 de Abril de 1792 a assembleia legislativa declara guerra ao rei da Boémia e da Hungria e, a partir desse momento, é introduzido um dado novo que vai modificar o sistema das relações e desencadear consequências incalculáveis.
  • A iniciativa de fazer a guerra a certos soberanos tem como primeira consequência que, desde então, o destino da revolução já não depende apenas da decisão das assembleias, mas também da condução da guerra e do acaso dos combates. Estabelece-se um elo, uma solidariedade de interesses, entre o curso da revolução no interior do território e as instabilidade causadas pela da guerra nas fronteiras.
  • O desenvolvimento natural da revolução altera-se em função dessa realidade e o governo revolucionário é disso consequência direta. Se a revolução, a partir de 1792-1793, tem de reconstituir um poder central autoritário, contrário às esperanças de 1790, é a guerra que a obriga. As condições de exercício do poder são profundamente modificadas, as garantias suspensas, as liberdades individuais postas entre parênteses. A guerra engendra o terror.
  • Retomando toda a história das instituições e da administração, verifica-se que não existem decisões ou acontecimentos que não sejam incidências da guerra, até o próprio 18 Brumário. Robespierre apercebe-se bem disso e no debate de que sai a declaração de guerra, em Abril de 1792, ele é um dos poucos a opor-se-lhe: da guerra sairá a ditadura.