A primeira etapa

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  • A primeira etapa vai de 1789 até à declaração de guerra (20 de Abril de 1792). Num primeiro tempo, os acontecimentos em França suscitam fora das suas fronteiras a comiseração dos soberanos, a curiosidade e a simpatia de uma parte da opinião pública. Quase todos os grandes espíritos da Europa compreendem, de imediato, a importância e a novidade do acontecimento.
  • A opinião esclarecida sente imediatamente que se abre uma nova era da história europeia. Este entendimento é facilitado pelo cosmopolitismo europeu, já que a circulação das ideias faz da Europa uma espécie de pátria comum, no interior da qual as experiências, os escritos, as ideias dos filósofos, encontram uma ressonância universal.
  • Ora, este cosmopolitismo é dominado pela influência da França e, como a língua francesa é no século XVIII o veículo das ideias e dos escritos, a Europa culta fala e pensa em francês. Por conseguinte, está preparada para prestar atenção aos acontecimentos ocorridos em França.
  • A Revolução Francesa, por seu lado, não está fechada sobre si própria; desde logo, pretende, espera, agir para o mundo e, em consequência, dirige-se-lhe. De facto, os acontecimentos em França depressa exercem nos vizinhos um certo contágio, geram reações em cadeia; os povos agitam-se e alguns não esperam por 1789.
  • Um pouco por toda a parte desenham-se movimentos contra os príncipes, os senhores e os bispos, contra os privilégios. A revolução depressa deixa de ser exclusivamente francesa. Pode já falar-se de uma revolução da Europa ocidental.