Cards (11)

  • O consulado acaba com as oscilações e estabiliza as instituições.
  • Bonaparte faz uma seleção das experiências da revolução, retém o que lhe parece viável, restabelece por vezes o que lhe parece dever ser restaurado, amalgama o conjunto e lança as bases da administração moderna.
  • O capítulo administrativo da reforma consular é um dos seus aspetos duradouros e traça o quadro no qual a França ainda vive.
  • A reforma consular estabeleceu uma administração perfeitamente centralizada: tudo emana de Paris (decisões, nomeações), tudo lá vai parar (relatórios, informações, reivindicações).
  • A administração central desdobra-se num certo número de direções e de ministérios, mais numerosos do que no antigo regime, entre os quais a repartição das tarefas obedece a divisões mais racionais.
  • A administração é rigorosamente hierarquizadado fundo ao topo da escala, todos os funcionários são nomeados pessoalmente, a sua autoridade vem de cima, estão sujeitos à exoneração. Isto diz até que ponto o consulado toma o caminho oposto à inspiração liberal da primeira revolução.
  • A administração é também uniformizada. As administrações são moldadas nos mesmos quadros territoriais. As bases são desde então unificadas, todas as administrações apresentam hierarquias análogas.
  • A administração é especializada, já que existem administrações competentes para as finanças, a justiça, as obras públicas, o culto.
  • Esta administração é servida por um corpo de funcionários em que o poder pode ter confiança, pois é ele que os nomeia, lhes paga e os exonera.
  • Simplicidade, uniformidade, especialidade, definem uma ordem administrativa racional, geométrica, sistemática, que visa e atinge a eficácia. A ordem consular realiza o que o antigo regime e o despotismo esclarecido tinham pacientemente procurado. De Bonaparte resultou num Estado forte.
  • Esta ordem administrativa é exportada de França pelos exércitos da revolução e do império. Mesmo fora das fronteiras do grande império, os outros países copiam-na, pois compreenderam que esta ordem traz consigo a eficácia, a racionalidade, o poder, que os déspotas esclarecidos procuravam, à semelhança dos monarcas absolutos. No século XIX, o modelo administrativo concebido por Napoleão é levado a toda a Europa e mesmo para além dela.