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  • A nação como facto e como sentimento é uma realidade nascida da revolução, o que não significa que a revolução tenha criado as nações a partir dos seus elementos, pois elas são obra de séculos. Em França, a unidade nacional é antiga, mas a revolução remata-a, consagra-a, acabando com os particularismos, com tudo o que se interpunha entre o indivíduo e a comunidade nacional.
  • Ao mesmo tempo, a revolução precipitou a tomada de consciência da pertença a uma comunidade nacional e é a partir desse momento por adesão voluntária que se é cidadão francês.
  • A adesão vai daí em diante para a nação e já não para a coroa, e este é um fenómeno capital, comparável ao da transferência de soberania.
  • Na ordem política, para o poder, a revolução transfere a soberania da pessoa do rei para uma assembleia representativa da nação; do mesmo modo, para os laços entre os indivíduos e o país, ela substitui o lealismo dinástico, a ligação à pessoa do soberano, por um sentimento colectivo, o patriotismo moderno. É a vitória da nação sobre o velho lealismo monárquico, tratava de um momento decisivo na história da humanidade.
  • O sentimento patriótico afirmar-se-á na resistência aos reis, na defesa do território contra o invasor. Este nacionalismo de um novo tipo, este sentimento moderno, estará associado durante muito tempo à revolução.