Metafísica e filosofia moral

Cards (95)

  • Problema da fundamentação da moral
    • Como distinguir uma ação moralmente correta de uma ação moralmente incorreta?
    • Haverá um critério ético que possamos usar para justificar, em cada situação, a ação moralmente certa e a ação moralmente errada?
  • Ética deontológica de Kant
    • Teoria objetivista
    • Ética do dever (Gr. Deon, «dever» ou «obrigação»)
    • Recusa do consequencialismo
    • deveres morais absolutos que devemos realizá-los sempre e incondicionalmente, sem exceções
    • Qualquer ser dotado de razão deve obedecer às obrigações morais
    • A moralidade é um assunto racional
  • Somos seres racionais e deve ser a razão a dizer o que está certo e o que está errado. Os sentimentos (ou «inclinações»), as convenções sociais, a religião e qualquer outro fator exterior à razão não deve ter nenhum papel a desempenhar na moralidade. A moralidade é um assunto racional
  • Valor moral das ações
    • Não depende das consequências ou da satisfação das inclinações ou de interesses
    • Depende do motivo («princípio da vontade»)
    • Fazer o que está certo pelas razões certas
  • Imperativo categórico ou lei moral
    • Princípio supremo da moralidade (é a regra das regras)
    • É um «teste» que permite distinguir as ações moralmente corretas das ações moralmente incorretas
    • É uma espécie de bússola moral que indica o certo e o errado
    • É um mandamento imperioso que se nos aplica incondicionalmente
  • Fórmula da lei universal
    • Devemos realizar apenas as ações que decorram de máximas que possam ser transformadas em leis universais (seguidas por todas as pessoas nas mesmas circunstâncias)
    • Máxima = regra ou princípio segundo o qual o agente realiza a ação
  • Fórmula da humanidade
    • Não devemos realizar ações em que as pessoas (ou outros e nós próprios) sejam consideradas apenas como meios e não fins em si mesmas
    • Um ser humano não deve ser tratado como um mero meio ou instrumento ao serviços dos outros, pois é um ser racional capaz de fazer as suas próprias escolhas e, como tal, a sua autonomia deve ser respeitada
  • Imperativo categórico
    • Fórmula da lei universal
    • Fórmula da humanidade
    • Princípio supremo da moralidade
  • Boa vontade
    • Temos boa vontade quando o nosso querer é determinado pela razão e obedecemos ao imperativo categórico
    • É intrinsecamente boa (não pode ser usada para o mal) e o «bem supremo» (ou bem último)
    • O valor da boa vontade é independente de quaisquer resultados ou consequências
  • Tipos de ação e valor moral
    • Ações contrárias ao dever
    • Ações meramente conformes ao dever
    • Ações por dever
  • Ações contrárias ao dever

    • Não passam no teste do imperativo categórico
    • São imorais e, por vezes, ilegais
    • Ações erradas e que não devemos fazer
  • Ações meramente conformes ao dever
    • Caracterizam-se pela legalidade
    • Ações cujo motivo não é apenas o cumprimento do dever
    • O acordo com o dever é exterior e contingente
    • Motivadas por intenção egoísta (interesse pessoal) ou por inclinações imediatas (sentimentos positivos como a compaixão, a simpatia ou o amor)
    • Não revelam boa vontade
    • Não têm valor moral
  • Ações por dever
    • Motivadas pelo puro cumprimento do dever
    • Revelam boa vontade
    • Ações corretas e com valor moral intrínseco
  • Imperativo categórico
    • Deveres que devem ser respeitados de forma absoluta e incondicional
    • Ação é necessária e boa em si mesma
    • Promove a autonomia da vontade
  • Imperativo hipotético
    • É uma regra que nos diz que meios devemos usar se queremos atingir certos objetivos
    • Não tem caráter moral (quem lhe obedece não age por dever, mas sim contra o dever ou em mera conformidade ao dever)
  • Autonomia da vontade
    • Autonomia = «dar lei a si próprio» = liberdade
    • A vontade é autónoma se obedece à lei moral (imperativo categórico)
    • A lei moral não é imposta por uma autoridade exterior
    • Somos senhores de nós próprios (somos legisladores e súbditos da lei moral)
  • Heteronomia da vontade
    • Heteronomia = «receber a lei de outro»
    • Quando a nossa vontade é influenciada por elementos exteriores à razão (interesses pessoais, sentimentos, costumes sociais ou crenças religiosas)
  • Objeções à ética de Kant
    • Não resolve alguns conflitos entre deveres
    • Considera as emoções (tais como a compaixão, a simpatia e a piedade) irrelevantes para a moral
    • É abstrata e não tem em conta os contextos em que as ações ocorrem
    • Não tem em conta as consequências da ação
    • Não é fácil de pôr em prática devido ao rigor e ao nível de exigência
    • Desculpa ações negligentes desde que sejam bem-intencionadas
    • O imperativo categórico parece ser "consequencialista"
  • Mandamento imperioso/incondicional
    Faz X!
  • Determinismo
    Todas as ações são determinadas por causas anteriores (acontecimentos anteriores, crenças e desejos)
  • Determinismo
    Doutrina segundo a qual todos os acontecimentos, inclusive os atos humanos, são determinados por causas anteriores
  • Liberdade na ação humana
    Capacidade de escolher e agir de acordo com a própria vontade, sem constrangimentos externos
  • Determinismo moderado
    Algumas ações são livres
  • Determinismo moderado
    Defende que todas as ações são causalmente determinadas (leis da natureza e acontecimentos anteriores) mas algumas ações são livres
  • Determinismo moderado
    • Perspetiva compatibilista (o determinismo e o livre-arbítrio são compatíveis)
    • Reconhece que os dados a favor do determinismo são muito fortes
  • Metafísica
    Ramo da filosofia que estuda a natureza fundamental da realidade, da existência e do conhecimento
  • Ações contrárias ao dever
    • Falsas promessas
    • Talento preguiçoso
    • Roubar
    • Enganar clientes
  • Howard Kahane: '«Uma vontade livre é simplesmente uma vontade não-compelida.»'
  • Livre-arbítrio
    • Desde que não sejamos forçados a escolher algo, temos possibilidades alternativas de ação (o agente faz uma coisa, mas podia ter feito outra, caso o tivesse desejado)
    • Não é poder agir independentemente de causas anteriores, mas sim a ausência de coação ou compulsão (interna ou externa)
  • Libertismo
    Doutrina que defende a existência do livre-arbítrio, ou seja, a capacidade de fazer escolhas livres e não determinadas
  • Coação/compulsão interna
    Problemas neurológicos que provoquem falhas de memória, doenças degenerativas, doenças do foro psiquiátrico, etc.
  • Existe livre-arbítrio e, portanto, algumas ações são livres
  • Se o determinismo é verdadeiro, então não temos possibilidades alternativas
  • Ética Deontológica
    Dever: o motivo é fazer o que está certo pelas razões certas; Recusa o consequencialismo; Deveres morais absolutos, incondicionais e máximos; Seres racionais são obrigados a seguir regras morais; Razão diz o que está certo e errado; Dever é diferente de inclinação/ interesses/ satisfação: as emoções não têm papel na moralidade
  • Objeções ao determinismo moderado
    • Não permite compreender realmente a existência de possibilidades alternativas de ação
    • Redefine o conceito de livre-arbítrio de um modo simplista e menos exigente
    • O critério para determinar se uma ação é ou não livre é ambíguo e subjetivo
  • Se o determinismo é verdadeiro, então não temos livre-arbítrio
  • Ações meramente conforme o dever
    • Fazer o bem por compaixão
    • Conservar a vida por instinto/medo
    • Comerciante que não engana clientes com medo de os perder
  • Ações por dever
    Motivo: puro cumprimento do dever; Boa vontade; Valor moral (presente na sua máxima) e legais; Merecedoras de estima/respeito
  • Os deterministas moderados dizem que uma pessoa poderia ter feito outra coisa se tivesse desejado fazê-lo. Mas, isso não são genuínas possibilidades alternativas de ação, porque esse desejo tem sempre causas anteriores que o agente não controla. Logo, não parece possível fazer algo de diferente e alternativo.
  • Ações por dever
    • Vendedor não engana as pessoas porque é o seu dever
    • Ajudar outra pessoa (por dever)