Estas modificações não levam ao desaparecimento dos tipos sociais mais antigos, criam novos tipos, que vêm juntar-se aos precedentes. Desta maneira, a sociedade moderna dos finais do século XIX é ainda mais diversificada do que a dos finais do século XVIII. Este é um traço geral das nossas sociedades: todas as mudanças se fazem no sentido de uma diferenciação crescente e não de uma polarização à volta de dois ou três grupos.
A alteração produz-se muito mais tarde noutros países, pois, mesmo nas regiões mais avançadas, estas transformações efectuam-se no quadro de uma sociedade mais antiga que continua a submeter-se às normasherdadas do antigo regime ou da revolução em razão da persistência das ideias, da resistência das instituições e da sobrevivência das mentalidades. Assim coexistem os vestígios da ordem antiga e as inovações que resultam das mudanças da economia e da sociedade.
O aparecimento desta sociedade nova, cujos traços constitutivos são a cidade, a indústria, o assalariado, processa-se lentamente, em ritmos desiguais. É por volta dos anos 1840-1860 que a França muda de fisionomia. A alteração produz-se muito mais tarde noutros países, pois, mesmo nas regiões mais avançadas, estas transformações efectuam-se no quadro de uma sociedade mais antiga que continua a submeter-se às normas herdadas do antigo regime ou da revolução em razão da persistência das ideias, da resistência das instituições e da sobrevivência das mentalidades.
Por conseguinte, na segunda metade do século XIX, a situação na Europa ocidental e central caracteriza-se, no tocante à democracia, pela coexistência, mais ou menos pacífica e harmoniosa, de várias sociedades. Se fizermos um corte na sociedade francesa dos anos 1860-1880 ou na da Alemanha renana ou da Itália setentrional, descobriremos várias sociedades justapostas, que diferenciam as suas atividades profissionais, a origem dos seus rendimentos e, mais ainda, as suas crenças e o código dos seus valores sociais.