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  • O modelo de análise é o prolongamento natural da problemática, articulando de forma operacional os marcos e as pistas que serão finalmente retidos para orientar o trabalho de observação e de análise. É composto por conceitos e hipóteses estreitamente articulados entre si para, em conjunto, formarem um quadro de análise coerente.
  • A conceptualização, ou construção dos conceitos, é uma construção abstrata que visa dar conta do real. Para este efeito, não retém todos os aspetos da realidade em questão, mas somente aquilo que exprime o essencial dessa realidade, do ponto de vista do investigador. Trata-se, portanto, de uma construção-seleção. A construção de um conceito consiste, por conseguinte, em definir as dimensões que o constituem e, em seguida, precisar os seus indicadores, graças aos quais estas dimensões poderão ser medidas.
  • Distinguimos os conceitos operatórios isolados, que são construídos empiricamente a partir de observações diretas ou de informações co-ligidas, e os conceitos sistémicos, que são construídos por raciocínio abstracto e se caracterizam, em princípio, por um grau mais elevado de ruptura com os preconceitos e com a ilusão da transparência.
  • Uma hipótese é uma proposição que prevê uma relação entre dois termos que, segundo os casos, podem ser conceitos ou fenómenos. É, portanto, uma proposição provisória, uma suposição que deve ser verificada. Por conseguinte, a hipótese será confrontada, numa etapa posterior da investigação, com dados de observação.
  • Para poder ser objeto desta verificação empírica, uma hipótese deve ser refutável. Isto significa, em primeiro lugar, que ela deve poder ser testada indefinidamente e ter, portanto, um carácter de generalidade; depois, que deve admitir enunciados contrários que sejam teoricamente susceptíveis de verificação.
  • Só o respeito destas exigências metodológicas permite pôr em prática o espírito de investigação que se caracteriza, nomeadamente, pelo perpétuo requestionar dos conhecimentos provisoriamente adquiridos.