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  • Seja como for, certo é que se lhe tornou assim possível manter firme a convicção de que da sua análise da interferência de ideias e pontos de vista valorativos no trabalho científico «não resulta que a investigação no domínio das ciências da cultura só possa conduzir a resultados que seriam "subjectivos", no sentido de que seriam válidos para uns, mas não para outros. O que varia é antes o grau de interesse que tais resultados assumem para aqueles e não para estes».
  • Incansavelmente, Weber não cessou de defender, contra todas as dúvidas e ataques, a rigorosa «objectividade do conhecimento» e a absoluta «neutralidade axiológica» das ciências sociais — a insuspeitável isenção com que o cientista elabora «conceitos e enunciados que não constituem a realidade empírica, nem tão-pouco a copiam, mas que permitem ordená-la pelo pensamento duma forma [objectivamente] válida», isto é: que permitem explicá-la, compreendê-la racionalmente na sua objectividade.
  • A circunstância de ideias de valor e valorações comandarem, tão intimamente como ele próprio o mostrara, «a seleção e a formação do objecto da investigação empírica», não afecta de modo algum a validade objectiva do conhecimento científico nas ciências sociais, uma vez que, por definição, o cientista se submete às «regras da lógica e da metodologia que constituem os fundamentos gerais da nossa orientação no mundo» e à «pressuposição do valor da verdade que somente o saber empírico nos pode proporcionar».