O tradicionalismo III

Cards (5)

  • Se da abordagem intelectual passarmos à abordagem sociológica, esta segunda corrente do nacionalismo, precisamente porque exalta as tradições históricas e se refere a um passado aristocrático, feudal e religioso, vai apoiar-se nas forças sociais tradicionais.
  • Assim, se o primeiro nacionalismo pendia para a esquerda e apelava, nos seus desejos, a uma sociedade liberal ou democrática, o segundo inclina-se para a direita e tende a conservar ou a restaurar uma ordem social e política de antigo regime. Apoia-se na Igreja. Os seus chefes provêm da aristocracia fundiária. O seu programa político ressente-se do facto de não prever transformações radicais, mas somente o retorno ao passado, o restabelecimento da nacionalidade nos seus direitos históricos.
  • O Estado sonhado é o Estado tradicional e medieval, e não o Estado moderno dos séculos XVIII ou XIX.
  • Esta corrente nacionalista, em reacção contra a centralização administrativa e contra a obra do despotismo esclarecido, ao qual acusa de ser nivelador, igualitário e unitário, milita a favor do regionalismo, do restabelecimento dos antigos costumes, das tradições históricas. Foi geralmente por aí que se iniciou, na Europa de Leste, o despertar do sentimento nacional.
  • Se, no Ocidente, o nacionalismo herdado da revolução tem a primazia, no Leste da Europa é aquele que encontra a sua origem no historicismo e no romantismo que primeiro se afirma. Voltamos a encontrar, uma vez mais, a dissemetria, a disparidade essencial entre duas Europas, uma mais aberta às mudanças e voltada para o futuro, a outra mais fiel ao passado e que só com desconfiança se empenha no presente.