A evolução do movimento entre 1815 e 1914 II

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  • Num segundo tempo, paralelamente à rendição da ideia liberal pelo sentimento democrático, o nacionalismo evolui de liberal para democrático. Entre 1830 e 1850, os movimentos de tipo nacional são conduzidos quase por toda a parte por uma ideologia democrática.
  • Esta conjunção entre a democracia e o fenómeno nacional expande-se com as revoluções de 1848, e, quando se fala a seu respeito de «primavera dos povos», isso significa ao mesmo tempo a emancipação nacional e a afirmação da soberania do povo. O movimento nacional é democrático e, reciprocamente, as revoluções democráticas dão a mão aos movimentos nacionalistas do exterior.
  • O nacionalismo é ora unitário ora separatista, conforme as situações geográficas. Mas a distinção é secundária se a compararmos com a distinção fundamental entre as duas inspirações, tradicionalista ou democrática. Em 1848, os nacionalismos estão quase todos ligados à tradição democrática.
  • Estes movimentos fracassam rapidamente, na sua maior parte esmagados em 1849-1850, e é restaurada a Europa do Congresso de Viena, a Europa dos soberanos, de reação policial e administrativa, embora por pouco tempo, pois chegará ao seu termo dez ou vinte anos mais tarde. É a terceira vaga, 1850-1870, a mais decisiva, triunfando onde as duas primeiras tinham falhado. Esta terceira geração do movimento das nacionalidades distingue-se das precedentes por três traços principais.
  • O princípio das nacionalidades é desde então admitido como um princípio de direito internacional. É uma das regras da política francesa do II Império, um dos critérios para o reconhecimento dos governos: emancipação das nacionalidades submetidas, reunião dos fragmentos dispersos de uma mesma nacionalidade. Napoleão III pensou aplicá-lo à Europa escandinava, à Europa ibérica.
  • Se estes movimentos se apoiam nos povos, fazem-no por vezes em detrimento da liberdade individual, o que representa a mutação mais profunda.
  • Em 1870 o mapa da Europa está profundamente modificado. Surgiram novas potências no coração da Europa, nascidas da aspiração à independência e à unidade nacional.
  • No entanto, todos os problemas nacionais estão longe de ficar resolvidos, pois a Europa tem ainda no seu flanco chagas vivas, que são outros tantos germes de conflitos.