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  • O positivismo fazia parte integrante da tradição iluminista: a ciência e os factos opunham-se à metafísica e à especulação; a e a revelação já não eram aceitáveis como fontes de conhecimento. O positivismo, neste sentido extremamente geral, deve, no entanto, ser distinguido do empirismo, embora ambos estejam intimamente ligados histórica e teoricamente.
  • O positivismo sociológico data do início do século XIX, com a obra de Auguste Comte, cujo ataque à metafísica foi tão incisivo como o de Hume, que descreveu todas as formas de filosofia metafísica como não contendo qualquer "raciocínio relativo a questões de facto e de existência", mas páginas de mero "sofismas e ilusões". A filosofia de Hume era essencialmente empirista, comprometida com os conceitos de experiência e de factos objectivos, um ponto de vista comum ao positivismo sociológico.
  • A filosofia empirista do século XVIII, derivada do trabalho de Bacon, Locke e Descartes, desenvolveu uma epistemologia que situava o fundamento do conhecimento humano na experiência e a base da ciência na experiência, na indução e na observação. O empirismo pressupunha a existência de um mundo exterior dado a conhecer através dos sentidos; só o conhecimento que pudesse ser testado em relação à experiência era genuinamente científico. O conhecimento era assim definido como um produto social, útil e funcional, secular e inovador.
  • A transformação dos dados brutos da experiência em conhecimento, no entanto, não era um simples processo mecânico; era função da mente humana processar os dados através de categorias imanentes como o julgamento, a medição e a comparação. Assim, embora Descartes tenha defendido a importância da experiência sensorial na formação do conhecimento, defendeu o ponto de vista de que o conhecimento se desenvolvia igualmente a partir de princípios derivados da matemática e da lógica.
  • O empirismo era, de facto, uma doutrina inconsistente, uma epistemologia materialista que declarava que existiam, independentemente da experiência, leis da mente e leis do pensamento. É este dualismo entre as propriedades activas e passivas da cognição que o positivismo desenvolveu, reforçando os aspectos mecânicos e passivos da relação do sujeito com a experiência.