A iniciativa europeia e as suas causas III

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  • Esta superioridade é dupla.
  • Esta superioridade é antes de mais técnica, e este é o aspecto no qual se pensa em primeiro lugar, por vezes mesmo o único em que se pensa.
  • Esta superioridade técnica é a consequência natural do exercício de um pensamento científico que acredita na inteligibilidade da ordem natural, que postula a conformidade entre o movimento da razão e as leis da Natureza e que, pouco a pouco, descobre os seus segredos, reconstrói o sistema da Natureza e deduz das suas leis científicas as aplicações práticas das quais deriva a gama das invenções, o controle das forças, da energia que se aplica ao armamento, à navegação, às vias de comunicação, tudo o que vai facilitar a penetração nos outros continentes.
  • A superioridade dos Europeus não tem a ver somente com uma maior potência de fogo, uma capacidade de transporte superior, um melhor conhecimento dos ventos, das correntes, da utilização da bússola.
  • Há uma outra superioridade sem a qual o avanço técnico não teria podido construir impérios que duraram séculos: a superioridade na arte de governar, na ciência do comando, nas relações entre os homens. A Europa foi a primeira a saber administrar grandes aglomerados humanos.
  • Esta superioridade (arte de governar) manifestou-se através dos códigos, das instituições políticas, dos corpos profissionais com as suas tradições, dos técnicos competentes, da organização do crédito, tudo aquilo que vai assegurar a perenidade das suas conquistas e sem o que os impérios coloniais da Europa não teriam durado muito mais do que os dos invasores vindos da Ásia central.
  • O império espanhol e o império português duraram três séculos, porque a superioridade da organização e do engenho ocupou o lugar da superioridade militar.