A desigualdade económica

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  • Estando a Europa incontestavelmente avançada em relação aos outros continentes no domínio económico, não pode deixar de encontrar sistemas económicos que estão em desvantagem em relação a ela.
  • Não foi, pois, a Europa que criou a desigualdade económica. Todavia, se por vezes a corrige, outras é ela que a mantém.
  • As remunerações e os salários são, nas colónias, muito inferiores ao seu nível nas metrópoles, e, mesmo que isso não resulte de uma política deliberada, as populações das colónias, devido à livre interação dos factores económicas, beneficiam apenas de uma parte reduzida do lucro obtido na exploração dos seus recursos naturais. Com efeito, como estes povos não têm capitais, isso significa que eles vêm das metrópoles e que os rendimentos são para elas encaminhados. Este movimento de retorno pode tomar uma grande amplitude.
  • Esta desigualdade económica estende-se a territórios que não são colónias políticas, como é o caso da América Latina no século XIX. Depois da sua emancipação da Espanha ou de Portugal, a maior parte dos países caem na dependência económica da Europa. Antes de 1914 foi a Europa ocidental que investiu na Argentina, no Brasil, e foi ela que obteve os principais lucros das exploração dos recursos do continente. Assim, pode dizer-se que — bandeira à parte — a Argentina é, antes de 1914, uma colónia britânica.
  • Quando se trata de colónias propriamente ditas, a dependência e a desigualdade económicas tomam um carácter mais acentuado, com o regime do pacto colonial, segundo o qual as metrópoles dispõem do monopólio do mercado e do transporte com o monopólio do pavilhão.