O imperialismo do fim do século II

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  • Ao mesmo tempo semelhante e diferente é o caso da Rússia, que coloniza por contiguidade, por vizinhança. Assim, o número das potências coloniais não está longe de atingir a dezena nos finais do século.
  • Ora, segundo facto que concorre para singularizar os anos 1890-1914, este aumento produz-se no preciso momento em que as terras disponíveis começam a rarear. Nove décimos da África, ainda quase totalmente desconhecida no princípio do século XIX, estão colonizados no fim do século. Um congresso realizado em Berlim em 1885 desempata as cobiças e opera uma repartição amigável das zonas de influência e das zonas de ocupação.
  • A China é simultaneamente cobiçada e repartida pelas grandes potências. O aumento dos competidores, a rarefação das terras disponíveis, suscitam uma acrimónia e uma aceleração crescentes da expansão colonial, que toma, pela primeira vez., um carácter de corrida de fundo na qual cada país empenha meios cada vez mais consideráveis.
  • Os governos agem a partir de então com o apoio da opinião pública, que, embora se tivesse mostrado durante muito tempo indiferente e mesmo refractária à questão colonial, começa a aproximar-se, toma consciência da amplitude da obra realizada, orgulha-se da imensidão de certos impérios, começa a aperceber-se das vantagens materiais ou políticas e adere à questão. É o nascimento de um sentimento imperialista.
  • O orgulho nacional, que limitava até então o seu campo de aplicação ao território das nações europeias, encontra um prolongamento nas dependências coloniais. É a ideia de que todo o território sobre o qual tenha flutuado, num dado momento, a bandeira nacional faz parte desde então da respectiva comunidade: a integridade territorial. A partir de então já não se suportam nem concessões nem amputações. As colónias começam a fazer parte do património.
  • Por fim, a intervenção de factores económicos mais prementes e mais determinantes concluem a caracterização deste quarto de século. Se, até cerca de 1875-1880, com excepção da Grã-Bretanha em relação à Índia, as considerações puramente comerciais foram secundárias, tal é menos verdadeiro a partir de 1880, quando o desenvolvimento da indústria, a necessidade de obter matérias-primas, a preocupação com o escoamento das mercadorias, estimulam a conquista colonial. Surge então o imperialismo, no sentido económico do termo.