O imperialismo do fim do século III

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  • A partir do fim do século, a multiplicação dos competidores, a rarefação das terras disponíveis, a mobilização apaixonada das opiniões públicas, a pressão crescente dos factores económicos, suscitam uma maior rivalidade entre as potências europeias, que podiam até prosseguir a sua expansão de forma dispersa e sem se incomodarem umas às outras.
  • Os antagonismos que as opunham na própria Europa eram agora transportados para teatros externos. É mais uma ameaça que pesa sobre a paz. Se a França e a Alemanha tinham já a Alsácia e a Lorena entre elas para as opor, passam a ter a partir de 1905 Marrocos, que, por duas vezes, fez a França recear a proximidade da guerra, com as crises de Tânger, em 1905, e de Agadir, em 1911.
  • Assim, as rivalidades coloniais arriscam-se a engendrar conflitos internacionais. Os prolongamentos diplomáticos e militares da rivalidade europeia comandam em parte os realinhamentos que se desenham.
  • Os sistemas de alianças do quarto de século que precede 1914 são largamente inspirados por preocupações que encontram o seu princípio e o seu ponto de aplicação do outro lado dos mares. A reaproximação entre a França e a Grã-Bretanha, as duas grandes potências coloniais tradicionais, é facilitada, preparada, pela inquietação comum que lhes inspira a ascensão da Alemanha e as suas crescentes exigências coloniais.
  • A paz armada encontra uma parte da sua coloração e do seu significado no prolongamento ultramarino das rivalidades metropolitanas. Em compensação, a rivalidade das potências coloniais vai enfraquecer o seu prestígio junto dos povos colonizados. A guerra de 1914-1918 aparecerá, vista do exterior, como uma guerra civil e abalará o prestígio da Europa nos outros continentes, antes de minar a sua influência e o seu poder sobre o mundo.