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  • Se a influência da Europa sobre os outros continentes se exerceu principalmente através da dominação colonial e se a colonização define bem a forma mais conhecida das relações entre a Europa e o resto do mundo, ela não se aplica ao mundo inteiro. Contudo, a europeização é um fenómeno universal, que pode realizar-se por outras vias.
  • Uma segunda forma de penetração não afecta aparentemente a independência política, abstém-se de objectivos propriamente políticos, não procura conquistar nem dominar e propõe-se somente objectivos económicos, comerciais, industriais, financeiros. Esta forma estabelece com os países ultramarinos relações limitadas, que põem de lado o direito, as instituições e a política.
  • No entanto, como a colonização, estas relações repousam também numa base de desigualdade, tendo a Europa assegurado vantagens comerciais através da pressão política ou militar, tendo mesmo forçado muitas vezes a abertura ao seu comércio de Estados que não estavam em condições de opor uma recusa a uma vontade claramente expressa pela Europa, apoiada por uma demonstração de força.
  • Este método de penetração aplica-se a velhos impérios que se consideram ricos e cuja integridade as potências não ousam destruir ou cujo desmembramento não ousam empreender: em vez de se envolverem em guerras a propósito da China ou do Império Otomano, preferem organizar amigavelmente a sua partilha. Estas ambições antagónicas mantiveram uma espécie de equilíbrio que permitiu aos Estados cobiçados salvaguardar uma integridade fictícia, uma espécie de neutralização das ambições opostas.