Exemplo: Império Otomano

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  • É o caso do Império Otomano, que, sendo durante perto de dois séculos «o homem doente da Europa», não encontrou em si próprio os meios de se opor a uma demonstração de força da Europa coligada.
  • Se as potências europeias, ainda inspiradas pelo espírito de cruzada, tivessem querido, teriam talvez posto fim ao Império Otomano, mas o interesse nacional, a razão de Estado, prevaleceram, o passado do Império Otomano ainda contava e, acima de tudo, as grandes potências invejavam-se e a sua rivalidade era uma das componentes da questão do Oriente.
  • Os czares têm pretensões sobre Constantinopla. Uma vez conquistada a frente sobre o mar Negro, sonham apoderar-se das províncias danubianas, em seguida penetrar nos Balcãs, talvez conquistar Constantinopla. Os nomes de Alexandre e Constantino, que Catarina II deu aos netos, simbolizam a vontade de restaurar o império de Constantinopla. Moscovo é a terceira Roma, sendo Constantinopla a segunda. Mas a Rússia tem de contar com as outras potências europeias, com a oposição da Áustria, sobretudo com a da Grã-Bretanha.
  • Se a Rússia tem interesse no desmembramento e na partilha dos despojos, a Grã-Bretanha interessa-se pela integridade do Império Otomano, que cobre, à distância, a segurança das suas linhas de comunicação com a Índia. E assim que o Império Otomano, jogando com estas pressões contrárias, que se neutralizam, consegue a custo sobreviver até 1912. Mas a salvaguarda da sua independência, a preservação da sua integridade territorial, não o põem ao abrigo de uma penetração mais insidiosa.
  • Em contrapartida da proteção que lhe assegura esta ou aquela potência, a França ou a Grã-Bretanha, a Áustria ou a Rússia noutros momentos, o Império Otomano não pode recusar nada aos seus protectores. Vive assim numa situação de protectorado.
  • Império Otomano é un exemplo desta forma de penetração, que reforça a colonização, que comporta todas as vantagens, sem os riscos e os encargos.