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  • Mas estes motivos teriam sido insuficientes para desencadearem um tal movimento se factores técnicos não tivessem tornado possível a emigração, como os progressos da navegação, o aumento da tonelagem dos navios.
  • Os governos toleram a emigração, encorajam-na mesmo em muitos casos. Entre o antigo regime, que pratica uma política populacionista, e o nacionalismo do século XX, que estabelece restrições à emigração para proteger os cidadãos, o século XIX abre uma brecha onde a circulação dos homens é fácil e as comunicações possíveis, já que os governos não se opõem de forma alguma à partida dessas massas miseráveis, que constituem um pesado encargo.
  • A partir de 1840 a emigração toma uma grande amplitude. É essencialmente a Europa do Norte que nela participa, com a Grã-Bretanha e a Irlanda, depois da fome de 1846. O fenómeno da emigração é um fenómeno britânico. Estima-se que, de 1820 a 1900, cerca de 25 milhões de britânicos deixaram a Grã-Bretanha.
  • A partir de 1850 e até 1890, o contingente alemão não cessa de engrossar, e, a partir de 1880, o centro de gravidade desloca-se para a Europa oriental e mediterrânica, a Áustria-Hungria, a Rússia, a Itália, os Balcãs, o próprio império turco.
  • São, no total, massas consideráveis, cujo volume não pára de crescer até 1914, numa proporção mais ou menos regular. A partir de 1900 chega muitas vezes a atingir 1 milhão o número de emigrantes que em cada ano partem só para os Estados Unidos. No total, não se engana muito quem calcular em cerca de 60 milhões o número de europeus que deixaram o continente para irem estabelecer-se em territórios ultramarinos.
  • A população da Europa triplicou num século.
  • Para onde vão estes europeus? Principalmente para o continente americano, para as duas Américas, em proporções desiguais, onde reforçam os elementos que já tinham vindo da Europa. Nos Estados Unidos entraram 32 milhões. O seu afluxo é, no século XIX, o factor essencial do crescimento da população americana. Isto deixou de ser assim desde que o Congresso americano adoptou, em 1920, uma legislação restritiva da emigração para preservar o que se hesitava chamar a pureza da raça. Cerca de 8 milhões de indivíduos, principalmente espanhóis, italianos, alemães, dirigiram-se para a América do Sul.