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  • Para esta questão, que nos faz recuar um pouco mais no passado, propõem-se várias respostas.
  • Uma é jurídica. Tem a seu favor a vantagem da simplicidade e teve também durante muito tempo a autoridade de um veredicto judicial. É a que é caucionada pelo Tratado de Versalhes, no artigo 231.°, que atribui a reponsabilidade da guerra às potências centrais e, em especial, à Alemanha. Explicação simples. Para quê procurar mais longe? A causa da guerra reside na vontade de fazer a guerra por parte de uma ou diversas potências que desejam instaurar a sua hegemonia.
  • Era este artigo (artigo 231.°) que legitimava as reivindicações dos aliados. Era por ser responsável pela guerra que a Alemanha devia assumir as suas responsabilidades até ao fim e indemnizar os vencedores por toda a espécie de perdas que a guerra lhes ocasionara. A opinião pública alemã não aceitou este julgamento, que valeu ao Tratado de Versalhes o nome de Diktat.
  • Hoje já ninguém pensaria em fazer a mesma leitura do artigo 231.° e em sustentar que a Primeira Guerra Mundial resultou exclusivamente da vontade de fazer a guerra do governo alemão. Isto não diminui a sua responsabilidade, mas outros tiveram também a sua parte de responsabilidade. Torna-se necessário orientarmo-nos para outros elementos de explicação.
  • De qualquer maneira, resta apurar porque quis a Alemanha a guerra. A pouco e pouco, indo dos efeitos às causas, a crise do Verão de 1914 obriga-nos assim a recuar no tempo. A responsabilidade, presumida ou aceite, da Alemanha leva-nos a perguntar: porque quis a Alemanha (ou teria querido) a guerra?