A extensão geográfica III

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  • Mas as dimensões do conflito não se limitam ao continente europeu: estendem-se aos outros por um duplo processo. Por um lado, através dos laços que submetem os territórios coloniais às potências europeias. As colónias seguem o destino das metrópoles, tomam parte no esforço de guerra, fornecem combatentes e servem mesmo de teatro de operações, quando os Franco-Britânicos ocupam, uma após outra, as colónias alemãs de África.
  • Um segundo factor determina o alargamento do conflito a outros continentes para além da Europa. O Japão julga ter mais vantagens em entrar na guerra do que em permanecer neutro; assim, a partir de Agosto de 1914, o Japão declarou guerra à Alemanha. Fê-lo em virtude do tratado que o unia a Grã-Bretanha desde 1902 e também porque a ocasião lhe pareceu boa para se apoderar das bases alemãs na China. Nominalmente, a China também entra na guerra para não ficar atrás do Japão.
  • Depois da Ásia e da África, o continente americano. No total, onze países do hemisfério ocidental entram em guerra. Na maior parte dos casos, a participação é simbólica e não de molde a alterar o equilíbrio das forças. O que já não acontece com a intervenção dos Estados Unidos. É em Abril de 1917 que o presidente Wilson propõe ao Congresso entrar na guerra.
  • No total, contando com os domínios britânicos, participaram no conflito cerca de trinta e cinco Estados. Todos os continentes estão nele representados: centenas de milhões de homens. É a primeira vez na história que uma conflagração toma tal amplitude e este alargamento é uma consequência do prolongamento da guerra. Foi porque a guerra durou tanto tempo que numerosos países venceram as suas hesitações ou acabaram por ceder à pressão dos primeiros beligerantes. O objectivo é sempre o de romper o equilíbrio ou de o restabelecer quando se encontra ameaçado.
  • A duração anormal da guerra e a sua insólita extensão estão na origem das inovações que apresenta, terceiro aspecto da sua singularidade.