Botulismo

Cards (30)

  • Botulismo
    Intoxicação altamente fatal, não febril, causada por toxinas de Clostridium botulinum, que acomete bovinos, ovinos, caprinos, (ruminantes)equinos e menos frequentemente suínos e carnívoros.
  • Clostridium botulinum
    • Bactéria encontrada no solo e no trato intestinal de animais, produtora da mais potente toxina biológica conhecida
    • Bacilos gram-positivos, móveis, flagelados
    • Esporos podem ser ovais, centrais ou excêntricos
    • Colônias são grandes, semitransparentes e têm bordas irregulares
  • Tipos toxigênicos de C. botulinum
    • A
    • B
    • C
    • D
    • E
    • F
    • G
  • Tipos produtores de toxinas C e D
    Causam o botulismo em animais
  • Esporos de C. botulinum
    • Altamente resistentes, possibilitando a sobrevivência da bactéria em certos procedimentos de produção de alimentos
    • Podem sobreviver mais de 30 anos no ambiente
    • Resistentes à luz UV, a álcoois, a desinfetante fenólicos e a desinfetantes à base de amônio quartenário
  • Neurotoxinas botulínicas
    • Geneticamente e antigenicamente diferentes, não induzem proteção cruzada entre os tipos
    • Relativamente termolábeis e rapidamente inativadas por temperaturas superiores a 80°C
    • As mais potentes toxinas biológicas conhecidas
  • Aquecimento a 85°C por 5 min reduz em 10.000 vezes a concentração de neurotoxina ativa
  • Toxicidade por via oral
    Menor que por via intraperitoneal
  • Elos da cadeia epidemiológica do botulismo
    • Presença do agente toxigênico
    • Produção da toxina
    • Presença de carcaça
    • Osteofagia
    • Vegetação deficiente em fósforo
    • Solo deficiente em fósforo
  • No Brasil, o botulismo epidêmico observado em bovinos é de grande importância econômica e sanitária
  • Osteofagia por deficiência de fósforo
    Principal fator predisponente à doença em bovinos e, em menor grau, em ovinos
  • Animais em gestação, lactação e crescimento estão mais sujeitos à ocorrência da doença
  • Mais de 85% das novas áreas de plantio de gramíneas no Brasil são do gênero Brachiaria, que apresenta baixo teor de fósforo
  • Materiais que contêm carcaças de animais, contaminam ainda a água e o alimento dos animais domésticos
  • Silagem quando não armazenada na forma correta também oferece condições ideais para a multiplicação bacteriana e produção de toxinas
  • Surtos de botulismo por utilização de cama de frango foram descritos no Brasil com elevada letalidade acometendo principalmente bovinos e ovinos
  • A água pode veicular a toxina botulínica por cacimbas ou valas de captação contendo carcaças de pequenos animais, aves e bovinos ou mesmo matéria orgânica em decomposição
  • A letalidade do botulismo não é de 100%, podendo ocorrer a recuperação espontânea em casos naturais
  • Patogenia da toxina botulínica
    Ingerida pré-formada e ativada por clivagem proteolítica
    Parte não absorvida ou destruída pelos processos digestivos
    Entra na corrente sanguínea e atua na junção neuromuscular das terminações nervosas periféricas
    Cadeia leve da toxina cliva proteínas que formam o complexo de fusão sináptica SNARE, impedindo a liberação de acetilcolina e a contração muscular
  • Toxina botulínica
    • Não penetra a barreira hematencefálica, caracterizando-se como um processo somente periférico, sem comprometimento do sistema nervoso central
  • Formas clínicas do botulismo em bovinos
    • Superaguda (evolução clínica e morte em até 24 horas)
    Aguda (24-48 horas)
    Subaguda (48 horas -7 dias)
    Crônica (evolução clínica e eventualmente morte a partir de 7 dias)
  • Sinais clínicos do botulismo em bovinos
    • Dificuldade de locomoção e estado mental aparentemente normal
    Paralisia flácida parcial ou completa dos membros, acentuadamente dos pélvicos
    Decúbito esternal ou lateral
    Dificuldade respiratória, com respiração bifásica na inspiração
    Diminuição dos movimentos da cauda, do tônus da musculatura da língua, midríase, ptose
    Apetite inalterado, com movimentos mastigatórios lentos e ingestão de água
    Decúbito lateral e morte em períodos variáveis, sem pedalagem
  • Não ocorrem lesões macro ou microscópicas primárias associadas ao botulismo
  • Diagnóstico do botulismo
    Feito pelo histórico
    (ausência de vacinação, osteofagia ou existência de cadáveres na pastagem)
    quadro clinicopatológico
    (paralisia flácida com evolução clínica variável, estado mental aparentemente normal e respiração bifásica)
  • Diagnóstico etiológico
    Comprovado pela demonstração da toxina em amostra biológica colhida de animal enfermo, porém com complexidades como a alta susceptibilidade dos bovinos e o fato de que a toxina, uma vez tendo agido na sinapse neuromuscular, perde sua atividade biológica, impossibilitando sua detecção
  • Vacinação contra o botulismo
    Todos os bovinos acima de 4 meses devem ser vacinados com dose de reforço após 42 dias e revacinação anual
    Vacinação anual após a primeira dose e reforço
  • Caracteriza-se por paralisia flácida parcial ou completa dos músculos de locomoção e deglutição.
  • Controle
    Retirada e incineração de cadáveres das pastagens, suplementação mineral com níveis necessários de fósforo e vacinação com toxóide botulínico bivalente C e D para evitar o botulismo associado à osteofagia
  • Profilaxia(botulismo)
    Fornecimento de água e alimentos de boa qualidade, associados à vacinação do rebanho
  • Tratamento
    Não há drogas eficazes para neutralizar o efeito da toxina