Reações dos governos II

Cards (6)

  • Afastada da Europa ocidental, esmagada na Europa central, a revolução foi repelida para a sua origem, para o seu centro: a Rússia. Na própria Rússia, a luta dura vários anos, opondo o exército vermelho e os contra-revolucionários, ajudados pela França, pela Grã-Bretanha, e por um destacamento checo e pelos Japoneses na Sibéria.
  • O governo bolchevique faz um esforço sobre-humano para resistir e cria dezasseis exércitos. É o período do chamado comunismo de guerra, caracterizado pela centralização política, a instauração do terror policial, a estrita subordinação de todo e qualquer objectivo ao interesse da revolução. A Rússia vive então uma experiência comparável à que a França conhecera em 1793, com o governo revolucionário. O recurso a estes meios permite à União Soviética triunfar sobre os seus adversários.
  • A partir de 1920, os exércitos brancos são esmagados ou expulsos para o exterior. A luta abranda, encaminhando-se para uma estabilização. Após quatro anos de flutuações, a União Soviética assina tratados com os seus vizinhos. O governo soviético reconhece a independência das nacionalidades alógenas, da Finlândia, dos países bálticos, da Polónia. Estes tratados fixam as fronteiras e consagram importantes amputações territoriais.
  • Os aliados rendem-se à evidência: não conseguiram esmagar a revolução.
    Limitar-se-ão, a partir de então, a isolá-la (política do cordão sanitário). A Rússia é tratada como pestífera. Trata-se de prevenir o contágio, a penetração dos micróbios no organismo europeu.
  • Por seu lado, o governo soviético abandona a política da expansão revolucionária pela força, da revolução imediata e total. Alguns anos mais tarde, a vitória de Estaline sobre Trotsky significa uma retirada para o interior das fronteiras. A Rússia ensaia a construção do socialismo num só país. O governo soviético renuncia a propagar a revolução. Internamente, inicia-se o regresso a uma situação mais normal: ao comunismo de guerra sucede a NEP, a nova política económica.
  • Uma após outra, as grandes potências, tendo em conta a duração do governo soviético, aceitam reconhecê-lo.