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  • As operações de uma economia capitalista jamais são suaves, e flutuações variadas, muitas vezes severas, fazem parte integral dessa forma de reger os assuntos do mundo. O chamado "ciclo do comércio", de expansão e queda, era conhecido de todo homem de negócios do século XIX. Esperava-se que se repetisse, com variações, a cada período de sete a onze anos. Uma periodicidade um tanto mais extensa começara a chamar a atenção no fim do século XIX, quando observadores perceberam em retrospecto as inesperadas peripécias das décadas anteriores.
  • No início da década de 1920, um economista russo, N. D.
    Kondratiev, discerniu um padrão de desenvolvimento económico a partir de fins do século XVIII, através de uma série de "ondas longas" de cinquenta a sessenta anos, embora nem ele nem ninguém mais conseguisse dar uma explicação satisfatória para esses movimentos, e estatísticos céticos até mesmo negassem sua existência. Desde então, elas tornaram-se universalmente conhecidas na literatura especializada sob o nome de Kondratiev, que, por sinal, concluiu na época que a longa onda da economia mundial estava para terminar. Tinha razão.
  • No passado, ondas e ciclos, longos, médios e curtos, tinham sido aceiteis por homens de negócios e economistas mais ou menos como os agricultores aceitam o clima, que também tem seus altos e baixos.
  • Nada se podia fazer a respeito das crises: criavam oportunidades ou problemas, podiam trazer a prosperidade ou a bancarrota a indivíduos ou indústrias, mas só os socialistas que, como Karl Marx, acreditavam que o ciclo fazia parte de um processo pelo qual o capitalismo gerava o que acabariam por se revelar contradições internas insuperáveis, achavam que elas punham em risco a existência do sistema económico como tal.
  • Esperava-se que a economia mundial continuasse crescendo e avançando, como havia claramente feito, com exceção das súbitas e breves catástrofes das depressões cíclicas, por mais de um século. O que parecia ser novo na recente situação era que, provavelmente pela primeira e até ali única vez na história do capitalismo, suas flutuações apresentavam perigo para o sistema. E mais: em importantes aspectos, a curva secular de subida parecia interromper-se.