DRGE e RGE

Cards (34)

  • RGE
    Refluxo gastroesofágico - Passagem do conteúdo gástrico para o esôfago com ou sem regurgitação/vômito
  • RGE fisiológico
    Processo normal, fisiológico, causa poucos ou nenhum sintoma, nos lactentes se resolve espontaneamente até os 2 anos de idade
  • DRGE
    Doença do refluxo gastresofágico - Causa sintomas ou complicações
  • DRGE do lactente
    • Doença autolimitada, melhora com o amadurecimento do lactente
  • DRGE da criança maior
    • Parecida com a doença do adulto, crônica, períodos de piora e períodos de acalmia
  • Condições associadas à DRGE crônica
    • Atresia de esôfago
    • Malformações congênitas
    • Hernia de hiato ou diafragmática
    • Neuropatias e pneumopatias
    • Obesidade, predisposição genética
  • Quadro clínico da DRGE - Sinais e sintomas
    • Choro
    • Desconforto
    • Irritabilidade
    • Sono agitado
    • Perda de peso
    • Síndrome de SANDIFER
    • Anemia
    • Halitose
    • Erosões dentarias
    • Azia/pirose
    • Regurgitação
    • Disfagia
    • Odinofagia
    • Dor epigástrica
    • Dor retroesternal
    • Esofagite
    • Esôfago de Barret
    • Estenose esofágica
    • Hematêmese ou melena
    • Tosse
    • Rouquidão
    • Sibilos
    • Apneia/cianose
    • Asma
    • Pneumonia
    • Otite de repetição
    • Laringite de repetição
  • Vômitos e regurgitações
    Manifestações mais comuns do RGE em lactentes, podem alterar o crescimento e causar desnutrição
  • Esofagite de refluxo
    Mais frequente na criança maior, a criança que fala pode se queixar de dor, mas não é confiável até os 8 ou 12 anos de idade
  • RGE fisiológico em lactentes
    • Benigno e autolimitado, se resolve entre 12 e 24 meses de idade, são considerados "vomitadores felizes"
  • Terapia conservadora em lactentes e crianças menores com sintomas de DRGE

    Pode ser difícil diferenciar DRGE de alergia alimentar e cólica, então antes de tratar a DRGE, temos que adotar medidas conservadoras e fazer um teste terapêutico para identificar alergia
  • DRGE em crianças maiores
    • Parecida com a doença do adulto, tem curso mais crônico, períodos de piora e períodos de acalmia, sintomas são mais claros e específicos, tratamento com IBPs
  • Portadores de comorbidades - Grupo de risco para DRGE
    • Operados de atresia de esôfago
    • Hernia de hiato ou diafragmática
    • Neuropatias
    • Doenças respiratórias crônicas
    • Submetidos a transplante pulmonar
    • Paciente em quimioterapia
    • Prematuros
    • Obesidade
  • Diagnóstico clínico
    Nenhum exame diagnóstico é considerado padrão ouro, encontrar refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago não significa que necessariamente o paciente tem DRGE, a história clinica e o exame físico são fundamentais
  • Radiografia contrastada do esôfago, estômago e duodeno

    Realizar em suspeita de anormalidade anatômica do trato digestório, não deve ser usado para diagnosticar DRGE ou avaliar a gravidade da DRGE
  • Cintilografia gastresofágica
    Não deve ser utilizada para diagnóstico de DRGE em lactentes e crianças, um teste normal não exclui a possibilidade de aspiração pulmonar
  • Ultrassonografia esofagogástrica
    Não é utilizada para diagnóstico da DRGE, não diferencia RGE da DRGE, pouco especifica para o diagnóstico da DRGE
  • pHmetria esofágica
    Pesquisar RGE oculto, avaliar a resposta ao tratamento em paciente com esôfago de Barret ou com DRGE de difícil controle, limitação: não detecta refluxo não ácido ou pouco ácido
  • Impedância esofágica intraluminal
    Detecta o movimento retrogrado de fluido no esôfago, em qualquer quantidade, independente do pH, usada para monitorar a quantidade e qualidade do refluxo
  • Manometria esofágica
    Avalia a motilidade do esôfago, realizar em paciente com suspeita de dismotilidade esofágica, útil nos pacientes que não responderam à supressão ácida, e que tem endoscopia negativa
  • Endoscopia digestiva alta com biópsia
    Permite o diagnóstico das complicações da DRGE (esofagite, esôfago de Barret), não deve ser usada para diagnostico de refluxo, mas sim de suas complicações
  • Teste terapêutico empírico com supressão ácida

    Realizar em crianças maiores e adolescentes com sintomas de DRGE, sem sinal de alerta, são utilizados fármacos IBP de 4 a 12 semanas, não é indicado para crianças menores
  • Objetivos do tratamento
    • Amenizar os sintomas
    • Cicatrizar as lesões
    • Evitar a recorrência de lesões ou complicações da DRGE
    • Garantir o crescimento e ganho de peso adequados
  • Tratamento conservador
    Não medicamentoso, não usar roupas apertadas, trocar as fraldas antes das mamadas, cessar tabagismo, orientações dietéticas, postura anti-RGE
  • Orientações dietéticas
    Evitar refeições volumosas, calóricas, com alimentos gordurosos, evitar ingerir alimentos algumas horas antes de dormir, evitar overfeeding, formula espessada
  • Orientações posturais
    Lactentes devem dormir em supino, adolescentes e adultos devem dormir em decúbito lateral esquerdo
  • Tratamento medicamentoso

    • Antiácidos e citoprotetores
    • Sucralfato
    • Agentes procinéticos
    • Metoclopramida
    • Bromoprida
    • Domperidona
    • Antagonistas do receptor H2 da histamina
    • Inibidores da bomba de prótons - IBPs
  • Antiácidos e citoprotetores
    Antiácidos e alginato - Neutralizam o ácido gástrico, Sucralfato - Citoprotetor, protege a mucosa gástrica
  • Agentes procinéticos
    Não devem ser usados na DRGE, causa mais efeitos colaterais que benefícios
  • Metoclopramida, Bromoprida e Domperidona
    Não devem ser usados na DRGE, causam efeitos extrapiramidais
  • Antagonistas do receptor H2 da histamina

    Diminuem a acidez gástrica, mais eficiente na cicatrização de lesões leves e moderadas
  • Inibidores da bomba de prótons - IBPs

    Indicado para esofagite, estenose péptica, esôfago de Barret, diminuir a secreção ácida, não tem tolerância, diminui o volume intragástrico, inibe a secreção acida provocada pela alimentação
  • Omeprazol
    0,7 a 3,5 mg/kg por dia, dose máxima = 80 mg
  • Tratamento cirúrgico
    Paciente deve ser avaliado pelo gastroenterologista pediátrico, indicado em casos graves, refratários ao tratamento, esôfago de Barret, grande hernia de hiato, pacientes que precisam de tratamento medicamentoso continuo