Define-se anestesia local como a perda de sensibilidade em uma área circunscrita do corpo, causada por depressão da excitação das terminações nervosas ou inibição do processo de condução nos nervos periféricos.
Uma característica importante da anestesia local é que ela produz perda de sensibilidade sem induzir perda de consciência.
Muitos métodos podem ser utilizados para induzir anestesia local, como trauma mecânico, baixa temperatura, anoxia, irritantes químicos, agentes neurolíticos e agentes químicos.
Agentes neurolíticos, como o álcool e o fenol, podem ser utilizados para induzir anestesia local.
Somente métodos ou substâncias que induzem estado transitório e completamente reversível de anestesia têm aplicação na prática odontológica.
As propriedades consideradas mais desejáveis para um anestésico local incluem não ser irritante para o tecido em que for aplicado.
Um anestésico local não deve causar alteração permanente da estrutura do nervo.
Um anestésico local deve apresentar baixa toxicidade sistêmica.
Um anestésico local deve ser efetivo, independentemente de o uso se fazer por injeção no tecido ou aplicação tópica em mucosas.
Um anestésico local deve ter tempo de início da anestesia o mais curto possível.
A duração de ação de um anestésico local deve ser longa o suficiente para que se complete o procedimento, mas não tão longa a ponto de exigir recuperação prolongada.
A toxicidade sistêmica é um fator importante porque todos os anestésicos locais injetáveis e tópicos são absorvidos de seu local de administração para o sistema cardiovascular.
Nem todos os anestésicos locais em uso clínico atualmente atendem ao critério de serem efetivos independentemente de o fármaco ser injetado ou aplicado por via tópica.
Vários dos anestésicos locais injetáveis mais potentes, como a procaína e a mepivacaína, mostram-se relativamente ineficazes quando aplicados por via tópica em mucosas.
A diclonina, potente anestésico tópico, não é administrada por injeção em virtude de suas propriedades irritantes para os tecidos.
A lidocaína e a tetracaína são anestésicos eficazes quando administrados por injeção ou por via tópica em concentrações clinicamente aceitáveis.
A duração de ação clínica difere consideravelmente entre os fármacos e também entre diferentes preparações do mesmo fármaco.
A duração de anestesia necessária para completar o procedimento é fator importante para a escolha de um anestésico local.
Além dessas qualidades, Bennett relaciona outras propriedades desejáveis de um anestésico local ideal, como ter potência suficiente para promover anestesia completa sem o uso de soluções concentradas arriscadas.
Um anestésico local ideal deve ser relativamente isento de produzir reações alérgicas.
Um anestésico local ideal deve ser estável em solução e passar prontamente por biotransformação no corpo.
Um anestésico local ideal deve ser estéril ou capaz de ser esterilizado pelo calor sem deterioração.
Atualmente, nenhum anestésico local satisfaz todos esses critérios; entretanto, todos os anestésicos realmente atendem à maioria deles.