Cards (4)

  • Tal como para o Brasil, o ponto de partida é o momento em que as tropas francesas asseguram o controle da Espanha e de Portugal, mas as consequências não são as mesmas. Os Bourbons não embarcaram para o Peru ou para o Chile, a dinastia viu-se obrigada a aceitar a sua abdicação forçada e no trono, assim desocupado, Napoleão coloca o seu irmão José. Uma grande parte da população espanhola recusa aceitar o usurpador e isola os espanhóis que o aceitam e que contam com a presença do rei e a inspiração francesa para liberalizar e modernizar a Espanha.
  • A separação entre aqueles que colaboram com o rei José e os demais corresponde à linha divisória entre os liberais modernistas e os tradicionalistas fiéis ao passado espanhol. Este acidente comprometerá as possibilidades de evolução da Espanha.
  • Uma junta toma a direção da resistência e todas as colónias da América afirmam a sua fidelidade a Fernando VII. Quando este é internado no palácio de Valença, o poder fica vago. Por isso, na ausência do soberano, as colónias vêem-se forçadas a administrar-se a si próprias, decisão contra a qual, de Paris ou de Madrid, nada podem nem Napoleão nem José. Repõem em vigor as instituições tradicionais caídas em desuso. Desenvolve-se uma vida política local que poderia classificar-se de democrática se não se limitasse apenas aos crioulos.
  • Economicamente, como o Brasil, as colónias espanholas abrem-se ao comércio britânico e é a frota inglesa que assegura a sua segurança e o seu abastecimento.