Que perigos representa esta revolução?

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  • De facto, a revolução bolchevique constitui um duplo perigo, simultaneamente externo e interno.
  • Perigo externo para os seus vizinhos imediatos: essas jovens nações que acabam de alcançar a independência ou de a recuperarPolónia, Estados bálticos, Finlândia, Roménia - temem uma retaliação que restabeleceria o domínio da nação russa sobre os povos alógenos.
  • O perigo interno não se limita aos vizinhos imediatos. Ameaça a existência de todos os regimes políticos e da ordem social. Esta revolução, sinónimo de subversão, aterroriza governos e classes dirigentes.
  • O perigo interno não se limita aos vizinhos imediatos. Isto prende-se com a própria natureza da revolução russa e as circunstâncias em que se produziu. Não podia ser um acontecimento puramente russo, que dissesse respeito somente à história nacional da Rússia: é na Rússia que triunfa um fenómeno internacional por um conjunto fortuito de circunstâncias — a guerra, a derrota, a má organização militar, a ausência de tradições democráticas. Mas poderia muito bem ter começado noutro lugar. É uma revolução que se quer universal.
  • Uma parte das massas operárias tem os olhos postos no que se passa na Rússia. É uma experiência carregada de esperanças. A revolução russa aparece à opinião pública democrática ou socialista do Ocidente como a herdeira das revoluções de 1789 e de 1848. O mito da revolução soviética cristaliza as aspirações de renovação, de paz, de internacionalismo.
  • O socialismo resistiu mal à prova da guerra. O fenómeno nacional revelou-se mais forte do que o fenómeno operário. Chamados a escolher entre a solidariedade patriótica no interior de uma comunidade nacional e a solidariedade internacional que une os trabalhadores, a primeira prevaleceu geralmente.