Teóricas 19 e 20 - Aparelho reprodutor feminino

Cards (126)

  • Aparelho reprodutor feminino

    Organização geral e funções. Ovário. Epitélio ovárico e albugínea. Córtex, medula e hilo. Evolução dos folículos ováricos. Folículo primordial e folículo em crescimento. Folículo secundário. Organização estrutural do folículo de Graaf. Ovulação. Corpo lúteo: formação, função e degenerescência. Camada granulosa-luteínica. Camada teca-luteínica. Corpo albicans. Atrésia folicular. Ciclo ovárico. Trompa de Falópio. Estrutura e funções. Infundíbulo e fímbrias, ampola, istmo e porção intersticial ou intramural. Constituição do epitélio e sua dependência hormonal. Organização da mucosa e da muscular. Mobilidade e sua relação com o ciclo menstrual. Gravidez ectópica tubária
  • Constituição da genitália interna

    • ovários
    • trompas de Falópio ou ovidutos
    • útero
    • colo uterino
    • vagina
  • Constituição da genitália externa

    • vestíbulo
    • clítoris
    • pequenos lábios
    • grandes lábios
    • pubis
  • Controlo
    • hormonal
    • nervoso
  • Funções
    • produção dos gâmetas femininos - os óvulos
    • receção dos gâmetas masculinos - os espermatozoides
    • proporcionar um ambiente favorável à fertilização do óvulo pelo espermatozoide
    • proporcionar o desenvolvimento do feto
    • nutrir o feto e recém-nascido
    • viabilizar a expulsão do feto na altura do parto
  • Ovários
    • em forma de amêndoa
    • Funções: endócrinas (produção de hormonas esteroides), exócrinas (produção de óvulos)
  • Características histológicas do ovário

    • revestido por epitélio cúbico simples, por vezes pavimentoso designado por epitélio germinativo
    • túnica albugínea de tecido conjuntivo fibroso (denso), de aspeto esbranquiçado
    • estroma: cortex com folículos, medula ricamente vascularizada, hilo
  • Desenvolvimento folicular

    1. células germinativas primordiais (oogónias) aparecem ao fim do 1º mês de vida embrionária
    2. oogónias dividem-se por mitose no cortex do ovário até ao mês de vida fetal
    3. oogónias aumentam de tamanho, entram na 1ª divisão meiótica e ficam encapsulados por células foliculares - oócitos primários
    4. folículos primordiais: 1ª divisão meiótica pára em profase, sem desenvolvimento folicular até à maturidade sexual
  • Folículos primordiais

    • oócito primário - célula esférica, com núcleo grande, excêntrico e nucléolo evidente com pouco citoplasma
    • uma camada simples de células foliculares epiteliais pavimentosas
    • membrana basal delgada, separando o folículo do estroma
    • muitos folículos degeneram por atrésia
  • Maturidade sexual

    1. secreção das hormonas FSH e LH pela hipófise anterior
    2. desenvolvimento de alguns folículos primordiais até à maturidade em cada ciclo ovariano
    3. secreção crescente de estrogénios e consequente inibição da libertação de FSH e indução da libertação de LH
    4. fim da primeira divisão meiótica
    5. início da segunda divisão meiótica
  • Folículos primários

    • crescimento e diferenciação do oócito
    • granulosa - epitélio cúbico simples ou estratificado, com recetores para a FSH e convertem androgénios em estrogénios
    • zona pelúcida - camada glicoproteica entre o oócito e as células da granulosa
    • teca folicular - células do estroma semelhantes a fibroblastos, com recetores para a LH e produzem androgénios
  • Zona pelúcida

    Camada glicoproteica de material eosinofílico (PAS+) entre o oócito e as células foliculares poligonais, ligadas por desmossomas e com junções "gap"
  • Folículo em crescimento

    • Folículo antral: aparecimento de pequenas acumulações de líquido (corpos de Call Exner) que confluem para formar o antro folicular
    • Folículo pré-antral: aparecimento da membrana basal entre a teca e a granulosa
  • Folículos secundários

    • zona granulosa, com células foliculares unidas por junções "gap", que convertem androgénios em estrogénios
    • antro folicular (preenchido com líquido)
    • cumulus oophorus - ligação do oócito primário à granulosa
    • corona radiata - células foliculares em torno do oócito
  • Folículo em crescimento

    1. Folículo antral
    2. Aparecimento de pequenas acumulações de líquido que irão originar o líquido folicular viscoso, rico em ácido hialurónico e hormonas esteroides
    3. Aparecimento da membrana basal entre a teca e a granulosa
    4. Podem-se desenvolver até 20 folículos, mas apenas 1 permanece no fim da maturação
  • Folículo pré-antral
    • Túnica albugínea
    • Zona granulosa (ZG) com células foliculares unidas por junções "gap" que convertem os androgénios em estrogénios
    • Antro folicular (AF) preenchido com líquido
    • Cumulus oophorus (CO) - ligação do oócito primário (O1) à granulosa
    • Corona radiata - células foliculares que envolvem o oócito
    • Membrana basal entre a granulosa e a teca
    • Teca interna (TI) implicada na síntese de androgénios
    • Teca externa (TE) bem definida
  • Folículos terciários ou de Graaf

    • Forma ovoide e posição excêntrica do oócito (O2) rodeado pela corona radiata
    • Líquido no cumulus oophorus - o oócito irá soltar-se no interior do folículo
    • Fim da divisão meiótica e início da segunda (que vai parar em metafase e só continua se houver fecundação) - oócito secundário - óvulo
    • 1º corpúsculo polar entre o óvulo e a zona pelúcida
  • Folículos terciários ou de Graaf

    1. Cumulus oophorus diminui, deixando o óvulo rodeado pela corona radiata
    2. Antro folicular aumenta, causando um colapso da granulosa
    3. Líquido folicular é viscoso e rico em ácido hialurónico, progesterona, androgénios, estrogénios e proteínas
    4. Folículo é tão grande que provoca uma distorção na superfície do ovário causando um adelgaçamento do córtex
    5. Ovulação ocorre por estímulo da LH produzida pela hipófise que induz a finalização da 1ª meiose e a rutura do folículo
    6. Libertação de LH dá-se assim que se começa a produzir a inibina F, um inibidor da secreção de FSH
    7. Maturação do folículo demorou 15 dias
  • Atrésia folicular

    • 3 milhões de oogónias produzidas no total
    • 1 milhão de oogónias no nascimento
    • 250 000 oogónias na puberdade
    • 500 oogónias atingem a maturidade completa
    • Atrésia de muitos folículos em vários estádios
    • Folículos primordiais, primários e secundários não deixam cicatriz
    • Folículos terciários: o oócito degenera, as células da granulosa desagregam-se, a zona pelúcida colapsa e pregueia-se e observa-se a membrana vítrea espessa entre a granulosa e a teca; são substituídos por tecido fibroso
  • Seleção do folículo dominante por apoptose minimiza a possibilidade de desenvolvimento de múltiplos embriões durante a gravidez e assegura o desenvolvimento de poucos, mas saudáveis embriões
  • Antes e durante a ovulação

    1. Folículo provoca uma saliência à superfície do ovário - estigma ou mácula pelúcida
    2. Zona do folículo em contacto com o epitélio germinativo que cobre a superfície do ovário rompe-se, libertando o fluido folicular contendo o oócito
    3. Movimentos peristálticos induzem a aproximação da trompa ao ovário e movimento das fímbrias
    4. Células musculares lisas + pressão intrafolicular + ação da colagenase → ovulação
  • Pós-ovulação

    1. Rutura do folículo causa sangramento, sobretudo pela teca interna altamente vascularizada, enchendo o folículo com um coágulo de sangue
    2. Granulosa irá proliferar
  • Corpo lúteo

    • Inicialmente apresenta um coágulo sanguíneo
    • Atinge a sua dimensão máxima ao 20º dia
    • Dura entre 10 e 14 dias se não houver fertilização
    • Sob a influência da LH, as células da granulosa ficam maiores e pálidas, contendo um pigmento amarelo designado de lipocromo e gotículas de lípidos, produzem progesterona e passam a designar-se no seu conjunto de camada granulosa-luteínica (GL)
  • Camada granulosa-luteínica do corpo lúteo

    • Células granulosa-luteínicas revestidas pelas células teca-luteínicas mais compactadas, mais pequenas e localizadas na zona dos septos
    • Capilares sanguíneos penetram na região das granulosa-luteínicas
    • Células ricas em REL
  • Camada teca-luteínica do corpo lúteo

    • Tem origem nas células da teca interna
    • Células contêm lípidos e apresentam um citoplasma mais pálido
    • Constituem uma bainha em volta dos vasos sanguíneos e septos
    • Células da teca externa mantêm-se à periferia e apresentam um citoplasma mais corado
  • Corpo lúteo no 20º dia

    • Septos fibrosos que separam a granulosa e contêm os vasos sanguíneos
    • Células da camada granulosa-luteínica, de coloração mais pálida, produzem progesterona
    • Células da camada teca-luteínica, mais pequenas e mais coradas que as da granulosa, com núcleo compacto e escuro, produzem estrogénios
    • Abundante rede vascular de capilares provenientes da teca externa
  • Regulação hormonal

    1. Hipotálamo liberta fatores de libertação
    2. Hipófise libera gonadotrofinas FSH e LH
    3. FSH e LH estimulam a produção de estrogénios e progesterona pelo folículo e corpo lúteo
    4. Estrogénios e progesterona exercem retro-inibição sobre a hipófise e hipotálamo
  • Eventos pós-ovulação
    1. Transformação do folículo em corpo lúteo
    2. Secreção de progesterona pelo corpo lúteo (células granulosas-luteínicas)
    3. Secreção de estrogénios pelo corpo lúteo (células teca-luteínicas)
    4. Inibição da libertação de LH pela progesterona
  • Corpo lúteo da gravidez

    • De grande dimensão, ocupa todo o ovário
    • Produz relaxina
    • Evolui até ao 3º-4º mês de gravidez, após o que é substituído pela placenta
  • Corpo albicans

    • Involução do corpo lúteo por diminuição do tamanho das células da granulosa- e teca-luteínicas, juntamente com o aparecimento de vacúolos e diminuição da produção hormonal
    • Células da teca externa e do estroma produzem colagénio que toma o lugar das células luteínicas
  • Corpo lúteo da gravidez
    De grande dimensão na gravidez (ocupa todo o ovário), produz relaxina (hormona que inibe a atividade contrátil do útero, favorece a distensão do colo do útero e influencia o crescimento e função da mama). Evolui até ao 3º-4º mês de gravidez, após o que é substituído pela placenta. Só desaparece depois do parto
  • Involução do corpo lúteo

    1. Diminuição do tamanho das células da granulosa- e teca-luteínicas
    2. Aparecimento de vacúolos e diminuição da produção hormonal
    3. Células da teca externa e do estroma produzem colagénio que toma o lugar das células luteínicas em autólise (fagocitadas por macrófagos)
    4. Desaparecimento ao 26º dia (uma involução incompleta pode estar na origem do aparecimento de quistos)
    5. Permanece uma massa ovóide pequena e relativamente acelular de tecido fibroso - o corpo albicans
  • Estruturas do ovário

    • Folículo primordial
    • Folículo em crescimento (primário, secundário)
    • Folículo de Graaf
    • Ovulação
    • Desenvolvimento do corpo lúteo
    • Corpo lúteo
    • Corpo albicans
    • Estroma do ovário
    • Folículo atrésico com membrana vítrea pregueada e espessamento da zona pelúcida
    • Artérias helicinas na medula
    • Região do hilo por entram os vasos sanguíneos e nervos
    • Epitélio germinativo
  • Trompa de Falópio
    • Recebe o óvulo
    • Fornece o ambiente favorável à fertilização
    • Transporta o espermatozoide
    • Transporta o zigoto para o útero
  • Constituição da trompa de Falópio
    • Infundíbulo (extremidade livre) - forma de funil com fímbrias e mais células ciliadas
    • Ampola - pregas longitudinais de mucosa, ramificadas, de paredes delgadas, formando um labirinto (local de fertilização) com 60 a 80% de células ciliadas
    • Istmo - pregas não ramificadas e menos células ciliadas (25%)
    • Intramural ou intersticial - lúmen mais pequeno de contorno quase regular, parede mais espessa, pregas pequenas e 3 camadas musculares (passagem para o útero)
  • Trompa de Falópio - Mucosa
    • Revestimento epitelial
    • Membrana basal
    • Lâmina própria de tecido conjuntivo laxo, com células deciduais ou intersticiais, vasos sanguíneos e linfáticos formando pregas viradas para o lúmen
  • Trompa de Falópio - Camada muscular
    • Camada interna de músculo liso aparece circular nos cortes histológicos e a externa aparece longitudinal (mas são espirais)
    • Na zona intersticial ou intramural, aparece uma terceira camada muscular (mais interna longitudinal - semelhante ao útero)
  • Mobilidade da trompa de Falópio

    1. Aproximação das fímbrias da trompa ao ovário, para recolha do óvulo e subida do espermatozoide: movimentos peristálticos da porção intramural para o infundíbulo, distensão dos vasos na ovulação, batimento dos cílios
    2. Transporte do ovo da trompa para o útero: movimentos peristálticos do infundíbulo para a porção intramural, secreção de líquido, batimento dos cílios
  • Gravidez ectópica tubária

    Ovo fica retido e implanta-se na parede da trompa, dá-se o desenvolvimento parcial do embrião e da placenta, mas existe hemorragia para o lúmen da trompa e para a cavidade peritoneal, causando dor abdominal
  • As pregas de mucosa e a parede muscular apresentam infiltração de linfócitos e neutrófilos