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  • A revolução provoca uma espécie de mutação na guerra. As guerras passam a ser guerras populares - ou guerras de massas - guerras ideológicas - ou guerras de ideias e de sentimentos ,- traços constitutivos dos nossos conflitos modernos.
  • Os exércitos do antigo regime eram pouco numerosos em militares de carreira e aquilo que os ligava era a fidelidade ao comandante, à bandeira, ao regimento ou ao dinheiro. Com a revolução aparece a nação em armas, a mobilização geral. É, primeiro, o apelo aos voluntários e, mais tarde, com o recrutamento, a generalização do serviço militar, consequência do princípio da igualdade.
  • O recrutamento tem, por sua vez, efeitos sobre a sociedade, pois contribui para a mistura e a unificação, que vão ser os traços dominantes da democratização nos séculos XIX e XX. Deste modo, a revolução subverte os dados tradicionais da guerra. A táctica e a estratégia são transformadas pela intervenção do número, pela interrupção das massas.
  • Aos exércitos profissionais, que eram objeto de um treino muito apurado, opõe a revolução massas mediocremente instruídas, mas que triunfam pela superioridade numérica e pelo impulso revolucionário. Foi assim que a revolução enfrentou a Europa e ganhou a guerra.
  • Outra guerra de um tipo novo é a guerra psicológica e ideológica. O soldado defende tanto o seu solo como o regime a que aderiu e bate-se tanto pela revolução como pelo interesse nacional.