Auguste Comte e o Positivismo Francês II

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  • Não devemos no entanto acreditar que os Positivistas, notadamente os franceses Comte e Bernard, eram empiristas ingénuos. Comte, também influenciado pelo Racionalismo, compreende que o Empirismo puro nada mais é do que uma "estéril acumulação de fatos". Para ele, assim como para Claude Bernard, genial cientista francês criador da medicina experimental, o objetivo da ciência é buscar a formulação de leis, através da razão, que sejam capazes de prever o funcionamento dos fenómenos, "segundo o dogma geral da invariabilidade das leis naturais".
  • Não há experimento sem hipótese prévia, diz Bernard, porém não há hipótese sem observação prévia, acredita ele. Assim, embora num posicionamento (do Positivismo Francês) mais elaborado do que o do Empirismo Britânico, o Positivismo, em matéria do problema filosófico da origem do conhecimento, se alinha com a solução empirista.
  • Vemos que para o Positivismo o empreendimento científico é uma mistura consciente do método indutivo dos empiristas com o método dedutivo dos racionalistas. Aqui, ambos se equilibram num processo de checagem e contra-checagem. Partiríamos da observação de casos particulares, induzindo uma hipótese geral, da qual deduzimos preditivamente um outro caso particular que tem que se dar, e finalmente induzimos de novo do resultado de nosso experimento para uma lei geral.
  • Os positivistas acreditam que o mundo nos informa com dados positivos, nossa razão encontra uma regularidade e formula uma hipótese, com o experimento nós perguntamos ao mundo se nossa hipótese está correta e ele responde sim (esta é uma lei) ou não (este é um erro).