Cards (6)

  • O positivismo, portanto, desenvolveu um conceito de sociedade, enquanto o empirismo uma teoria dos conceitos.
  • Tanto o empirismo como o positivismo tenderam a minimizar o elemento ativo da consciência humana: alguns filósofos do Iluminismo, por exemplo, procuraram erradicar a ênfase que Locke e Descartes tinham dado às actividades inatas da mente humana, definindo assim o sujeito humano como o produto de um ambiente externo.
  • No cerne da filosofia do Iluminismo estava uma contradição: por um lado, os conceitos de perfeição e progresso humanos, o triunfo da razão sobre a ignorância e a superstição, a crença no papel das ideias na educação da humanidade; por outro, a teoria de que as próprias ideias eram, em grande parte, resultados necessários da situação externa e da experiência.
  • Assim, o sujeito humano era concebido em termos passivos: tanto o sujeito como as ideias constituíam forças epifenomenais, cuja existência dependia das operações de outros elementos diferentes. Isto não quer dizer que todos os filósofos do Iluminismo aceitassem esta forma mecânica de materialismo: outros defendiam que o conhecimento decorria de deduções baseadas em categorias a priori e que a razão humana, uma vez liberta do pensamento místico e religioso, seria livre para desenvolver um conhecimento objetivo.
  • Os philosophes desenvolveram uma forma extrema de dualismo filosófico, argumentando que, por um lado, as condições materiais determinavam as formas de consciência humana e os modos de ação e, por outro, defendendo a visão voluntarista de que, através de noções de liberdade e razão, a humanidade seria educada para sair da ignorância e da servidão às ideologias tradicionais. O otimismo racionalista da filosofia iluminista foi assim construído em torno do indivíduo livre que, guiado pelos preceitos da ciência, poderia reconstruir a sociedade através dos princípios da razão humana.
  • De facto, a razão era superior à realidade empírica.